Fragmentos: Dentro da noite veloz - Ferreira Gullar

A vida muda como a cor dos frutos lentamente e para sempre. A vida muda como a flor em fruto velozmente.
A vida muda como a água em folhas o sonho em luz elétrica a rosa desembrulha do carbono o pássaro da boca mas quando for tempo.
E é tempo todo o tempo mas não basta um século para fazer a pétala que um só minuto faz ou não mas a vida muda a vida muda o morto em multidão.


1 de set. de 2006

Transilvânia Brasileira


Folha de São Paulo - 1º de setembro de 2006
Vampiros atuaram em mais oito órgãos públicos, afirma PF
ANDRÉA MICHAELLUCIANA CONSTANTINO da Folha de S.Paulo, em São Paulo

Integrantes do mesmo grupo acusado pelo Ministério Público de fraudar licitações para a compra de medicamentos no Ministério da Saúde teriam tentado promover negócios ilegais em ao menos mais oito órgãos públicos, segundo investigação da Polícia Federal.
Na Operação Vampiro, a PF encontrou indícios de tráfico de influência na Petrobras, na BR Distribuidora, na Infraero, nos ministérios das Comunicações e da Previdência, no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), no IRB (Instituto de Resseguros do Brasil), no fundo de pensão Nucleos (Eletrobrás) e na Secretaria de Saúde do Distrito Federal.
São apontados como pivôs dos contatos os lobistas Frederico Coelho Neto --o Lilico, irmão do deputado Luiz Antônio Fleury (PTB-SP)--, Laerte Correa Júnior e Eduardo Pedrosa.Em diálogos telefônicos gravados entre janeiro e março de 2004, os três revelaram ter acesso à agenda de executivos e técnicos instalados em órgãos públicos e estatais. Os contatos seriam o meio de fechar negócios com a iniciativa privada.Lilico refuta as acusações de que cobraria comissão sobre negócios fraudulentos. Nega praticar tráfico de influência, mas confirma que agendou reuniões na BR Distribuidora.Ele teria contatado um diretor para encampar um projeto de controle de consumo de combustível. O empresário queria vender a tecnologia de um chip, que instalado nas bombas de gasolina das distribuidoras, registra o quanto cada veículo consome.
IRB
Já no IRB, Lilico tinha o amigo Luiz Apolônio Neto, membro da diretoria. Saiu do cargo em junho de 2005, durante a investigação do mensalão.Para o IRB, o produto a vender seria certificação digital de documentos. Segundo Lilico, o contato não foi feito, porque Apolônio não era da área responsável pelo possível negócio.Lilico ingressou no suposto esquema apontado pela PF porque, em parceria com Pedrosa, queria vender ao Ministério da Saúde um projeto para entregar remédios para idosos em casa. Não conseguiu.
Segundo a PF, havia dois grupos de lobistas em ação no ministério. Um seria ligado ao então ministro Humberto Costa e comandado por Jaisler Jabour. O outro, associado ao ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, teria como chefe Correa Júnior.Numa conversa de 26 de fevereiro com Correa, Lilico sugere: "Vamos juntar nossos "feelings", o seu para o mercado e o meu da sacanagem?".Pedrosa também é um interlocutor ativo no grupo. Em 9 de fevereiro de 2004, diz a Eduardo Vaz Musa, então gerente de Engenharia da BR Distribuidora, que vai "conseguir uma parada nos próximos 15 dias aí", "é muito grande". Diz que Musa "vai se aposentar". O diretor diz: "Fazemos qualquer negócio se for interesse da nação".Em outra conversa, em 24 de março, a dupla discute possíveis mudanças como o deslocamento do secretário-geral do PT, Silvio Pereira, que teria influência política sobre a estatal, para cuidar somente da eleição municipal. Pergunta Musa: "E agora, como é que vai ficar o equilíbrio de forças aí? Quem cuida das caixinhas, hein?"

31 de ago. de 2006

A passos de tartaruga

Uol Economia - 31/08/2006
Economia cresce só 0,5% no 2º trimestre; indústria sofre queda

O Produto Interno Bruto (PIB, a soma de tudo o que é produzido no país) cresceu apenas 0,5% no segundo trimestre deste ano em relação ao primeiro trimestre, quando houve expansão de 1,3%. Em relação ao segundo trimestre do ano passado, o avanço foi de 1,2%.É o pior desempenho desde o terceiro trimestre de 2005, quando houve recuo de 1,2%. A indústria teve o resultado mais negativo, e caiu 0,3%.
As informações foram divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.Economistas consultados pela Reuters esperavam crescimento de 0,8% frente ao primeiro trimestre e de 2,1% na comparação com igual período do ano passado. A indústria foi o setor da economia que apresentou o pior desempenho, com baixa de 0,3% em relação ao primeiro trimestre, o que influenciou no resultado fraco do PIB.
A agropecuária foi a que mais avançou, com alta de 0,8%, enquanto os serviços tiveram elevação de 0,6%, Os dados sobre capital fixo, indicativo dos investimentos feitos no país, mostram que houve queda de 2,2% perante o trimestre anterior. O consumo das famílias, que tem peso aproximado de 60% no cálculo do PIB, aumentou 1,2%. O consumo do governo subiu 0,8%.As exportações de bens e serviços declinaram 5,1% entre abril e junho, após 12 trimestres consecutivos de alta, e registraram a menor taxa desde o primeiro trimestre de 2003, quando cederam 8,2%.As importações diminuíram 0,1%. No primeiro trimestre, tinha havido alta de 10,4% nas importações em relação ao último trimestre de 2005.

Escatalogia Presidencial em espanhol

El Mercurio On Line -30 de agosto

Lula habría dicho que "Chile es una mierda", según libro

El presidente de Brasil, Luis Inacio Lula da Silva usó palabras ofensivas contra el presidente de Argentina, Néstor Kirchner y el ex presidente de Uruguay, Jorge Batlle, tras beber tres whiskys en una cena, informa hoy el diario "Folha de Sao Paulo", citando un libro de dos periodistas brasileños.
También habría atacado a Chile. "Chile es una mierda. Chile es una broma. Ellos hacen acuerdos con los americanos. Quieren que uno se joda por aquí. Ellos se cagan en nosotros".
En el libro "Viajes con el Presidente" los periodistas Eduardo Scolese y Leonencio Nossa, que realizan la cobertura informativa sobre el Palacio del Planalto, sede de la presidencia brasileña, se refieren a una cena realizada en la embajada de Brasil en Tokio, en mayo de 2005, en la que frente a unas 20 personas el mandatario soltó palabrotas contra los presidentes.
"Hay momentos, mis queridos, que tengo ganas de mandar a Kirchner a la puta que lo parió", habría afirmado Lula.Sobre el entonces presidente de Uruguay, Lula habría dicho: "Aquel no es uruguayo, carajo. Aquel fue criado en los Estados Unidos. Es cachorro de los (norte)americanos".
Los estancieros brasileños tampoco se habrían salvado de los improperios del presidente. "Hay que acabar con esa mierda de los estancieros que a cada rato vienen a pedirle dinero al gobierno".

Escatalogia Presidencial


Blog do Josias de Souza
Lula para chilenos: ‘O Chile é uma merda’


Lula virou notícia no Chile. A edição desta quinta-feira do jornal El Mercurio, o mais influente diário chileno, reproduz trechos do livro “Viagens com o Presidente”, escrito pelos repórteres Eduardo Scolese e Leocencio Nossa.

O texto que está sendo consumido hoje no Chile mostra um Lula diferente do presidente que se esconde atrás das regras do cerimonial (leia). Reportando-se a notícia publicada na véspera pela Folha, El Mercurio realça comentários feitos pelo presidente durante um jantar na embaixada brasileira em Tóquio, em maio de 2005. Lula tomara três doses de uísque. Empunhava o quarto copo.

Eis os comentários que o jornal chileno destacou, em negrito:

· "O Chile é uma merda. O Chile é uma piada. Eles fazem os acordos lá deles com os americanos. Querem mais é que a gente se foda por aqui. Eles estão cagando para nós";
· "Tem horas, meus caros, que eu tenho vontade de mandar o [Néstor] Kirchner [presidente da Argentina] para a puta que o pariu";

· "Aquele lá [Jorge Battle, então presidente do Uruguai] não é uruguaio porra nenhuma. Aquele lá foi criado nos Estados Unidos. É filhote dos americanos."

30 de ago. de 2006

O odor e a consistência da ética

Foha de São Paulo - 30/08/2006
A consagração da merda

Clóvis Rossi

Pegou e fez escola a sociologia política da merda, exposta inicialmente pelo ator Paulo Betti para justificar a crise ética do governo Lula. Betti disse, curto e bem grosso: "Não dá para fazer [política] sem botar a mão na merda".

Uma semana depois, Lula repete, menos grosso, mas rigorosamente com o mesmo sentido: "Política a gente faz com o que a gente tem. Não com o que a gente quer". E, em seguida: "Maioria a gente constrói pelo que a gente tem ao nosso lado. Não pelo que a gente pensa que tem. Esse é o jogo real da política que precisou ser feito em quatro anos para que chegássemos a uma situação altamente confortável".

Não é que seja novidade ou surpresa. Novidade é o fato de que quem se dizia monopolista da ética agora assume gostosamente a mais cínica versão do que é política. De quebra, desconstrói as versões anteriores, a da "conspiração das elites" e a do "fui traído", que todo mundo sabia que eram ficções, mas que foram sustentadas ao longo de toda a crise. Não houve traição, confessa agora Lula. Houve "o jogo real da política que precisou ser feito". Leia-se: o mensalão (para não falar em outras atividades, tipo sanguessugas, que também envolvem figuras graúdas do lulo-petismo).

Compare-se o Lula de hoje com o Lula do seguinte trecho de seu discurso de posse: "O combate à corrupção e a defesa da ética no trato da coisa pública serão objetivos centrais e permanentes do meu governo. É preciso enfrentar com determinação e derrotar a verdadeira cultura da impunidade que prevalece em certos setores da vida brasileira". Pronto, está demonstrado o estelionato eleitoral praticado em 2002. Vai-se repetir agora, ao que tudo indica, mas já não como estelionato. O eleitor está informado que o presidente botou a mão na merda. Mas não se importa.

Link para assinantes da Folha de São Paulo

29 de ago. de 2006

Os intelectuais e a m*...

Blog do Josias de Souza - 29/08/2006
Descoberta, afinal, a utilidade dos intelectuais

Descobriu-se, finalmente, para que servem os intelectuais: eles são as lavadeiras da República, os faxineiros da realpolitik. Dedicam-se a limpar a biografia de governantes que, no dizer casual-escatológico de Paulo Betti, viram-se forçados a “botar a mão na merda”.

No encontro que manteve com a intelectualidade simpática ao petismo, Lula disse que fez “o jogo real da política”. Deu a entender que não teve alternativas: "Política a gente faz com quem a gente tem, não com quem a gente a gente quer".

Revelou-se um adepto da linha Wagner Tiso. “O PT fez o que tinha que fazer para governar”, regera o maestro na semana passada. Lula seguiu os movimentos da batuta: "Esse é o jogo real da política e precisou ser feito por quatro anos para que nós pudéssemos chegar hoje numa situação altamente confortável do ponto de vista econômico, político e social".

O fato é que, a despeito do cocô, das más companhias e do jogo bruto, os intelectuais limparam toda réstia de nódoa que ainda pudesse haver no prontuário da era Lula. Lavaram, engomaram e passaram a ferro os escândalos. De quebra, emitiram certifiado de garantia à ética petista válido por pelo menos mais quatro anos. Num manifesto no qual se penduraram 213 assinaturas, a intelectualidade reclama apoio a Lula.

O texto faz menção a "recentes escândalos”. Faz uma concessão às “perplexidades" que despertaram. Mas driblam o mal-estar elogiando a PF e a CGU. De resto, apelam ao povo inculto: "As próximas eleições, que não se reduzem ao nível federal, poderão, através do voto, afastar políticos corruptos, tarefa difícil, porém indispensável", diz o texto.
Lula, evidentemente, não tem nada a ver com coisa nenhuma. Antes, não tomara conhecimento do mensalão. Agora, suspeita até que tudo não tenha passado de uma lenda. É uma petulância imaginar que o presidente poderia ter sido ao menos omisso. Para a protopetista Marilena Chuaí, críticas a Lula soam a "preconceito de classe". O PT, diz ela, "sabe o que ética na política. Por isso pode enfrentar de cabeça erguida as acusações de corrupção".
Mudam os faxineiros, mas o sabão é sempre o mesmo. Nos dias que correm, recorre-se à beira do tanque metafórico da intelectualidade ao mesmo tipo de sabão usado há bem pouco, por exemplo, por José Arthur Giannotti. Também ele justificou, sob espuma retórica, as incursões do amigo FHC pelo universo da amoralidade.

MORDAÇA

Folha de São Paulo -29/08/2006
TRE do Distrito Federal proíbe veiculação de conversa de Roriz
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Folha, juntamente com outros veículos de comunicação, está proibida por uma decisão judicial de divulgar qualquer informação sobre uma conversa telefônica que envolveu o ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz (PMDB).Atendendo a um pedido dos advogados de defesa de Roriz, o TRE-DF (Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal) determinou que a Folha se "abstenha de veicular, sob qualquer forma, a conversa telefônica objeto da presente representação".Joaquim Roriz é candidato ao Senado pelo PMDB no DF. O ex-governador apóia oficialmente a candidata tucana ao governo do Distrito Federal, a atual governadora Maria de Lourdes Abadia. Ela era vice-governadora e assumiu o governo quando Roriz se desincompatibilizou para disputar uma cadeira no Senado.Na representação, os advogados de Roriz argumentaram que a conversa, entre o ex-governador e um de seus aliados, foi obtida por meio de "interceptação ilegal" e, por isso, não pode ser divulgada.
Veja abaixo, nesse Blog, o que contém a fita que o Roriz proibiu a divulgação!

Nosferatu

Folha de Sâo Paulo - 29/08/2006
Delúbio desviou R$ 15 mi da Saúde, sugerem grampos

Relatório da PF diz que ex-tesoureiro e ex-ministro Humberto Costa lideravam esquemasInvestigações sobre fraudes em licitações indicam que irregularidades ocorriam também no governo de Fernando Henrique Cardoso

ANDRÉA MICHAELLUCIANA CONSTANTINODA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Relatório da Polícia Federal sobre a Operação Vampiro afirma que o esquema de fraudes a licitações instalado no Ministério da Saúde era comandado por dois grandes grupos: um ligado ao ex-ministro Humberto Costa e outro ao ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.Encaminhado ao Ministério Público no dia 15 de agosto, o relatório reproduz trechos de conversas telefônicas, gravadas com autorização judicial, sugerindo que o grupo de Delúbio "efetivamente alcançou, aproximadamente, R$ 15 milhões com o esquema".
Numa das gravações, afirma o relatório, os lobistas Eduardo Passos Pedrosa e Laerte de Arruda Correa fazem comentários, em fevereiro de 2004, sobre "a prestação de contas de valores arrecadados junto às empresas licitantes por intermédio de lobistas consorciados". Laerte e Pedrosa estão entre os 17 empresários e servidores que foram presos pela PF em maio de 2004, como resultado da Operação Vampiro, que investigou denúncias de fraudes em licitação para compra de hemoderivados -medicamentos para hemofílicos- no Ministério da Saúde. Na época, a investigação foi feita a pedido do próprio ministério, depois de receber uma denúncia de uma empresa do setor.

28 de ago. de 2006

Série: Nessa eleição não vote em ladrão, sanguessuga, vampiro, mensalão...

Folha Online - 28/08/2006
Conselho abre processos de cassação contra senadores sanguessugas

GABRIELA GUERREIROda Folha Online, em Brasília

O presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto Souza (PMDB-MA), instaurou oficialmente hoje os três processos de cassação contra os senadores acusados de participação na máfia das ambulâncias: Ney Suassuna (PMDB-PB), Serys Slhessarenko (PT-MT) e Magno Malta (PL-ES). Souza retornou a Brasília para assinar os documentos que dão início aos processos.
Os três senadores, segundo João Alberto, serão notificados ainda hoje. João Alberto também designou os senadores que vão relatar cada um dos processos de cassação. Diante da dificuldade em encontrar um relator para o processo do senador Magno Malta, João Alberto fez uma troca nas relatorias. O senador Demóstenes Torres (PFL-GO), que inicialmente seria o relator do processo contra Serys Slhessarenko, agora vai relatar o caso de Magno Malta. No lugar de Demóstenes, João Alberto escolheu o senador Paulo Octavio (PFL-DF) para relatar o processo contra Serys. Já o senador Jefferson Peres (PDT-AM) permanece como o relator do caso de Ney Suassuna.
A mudança, segundo João Alberto, ocorreu diante da ligação entre Paulo Octavio e Magno Malta. "O Paulo Octavio é muito ligado ao Magno Malta, então achei por bem fazer essa mudança, e ele também disse que não ficaria confortável com essa relatoria", disse.Na semana passada, o presidente do Conselho de Ética conversou com vários parlamentares em busca de um relator para o caso de Malta. Vários senadores, como César Borges (PFL-BA) e Heráclito Fortes (PFL-PI) negaram o convite para assumirem as relatorias. O ano eleitoral, segundo João Alberto, prejudica o ritmo das investigações -- já que a maioria dos senadores está fora de Brasília em campanhas regionais.

A Ética do Poder

Folha de São Paulo, 18/08/2006
Ética, de Paulo Betti a Chaui
FERNANDO DE BARROS E SILVA

SÃO PAULO- O avanço do favoritismo de Lula começa a remover certos embaraços morais de quem o apóia. Isso ficou claro na última semana entre os artistas: passaram do silêncio constrangido ao ataque desabrido. "Não dá para fazer política sem sujar as mãos", disse o ator Paulo Betti; "Não estou preocupado com a ética do PT. O partido fez o jogo que tem que fazer para governar", emendou o músico Wagner Tiso, ambos convidados para o convescote com Lula no apartamento do músico-ministro Gilberto Gil.
O elogio nesses termos da realpolitik petista provocou muita grita indignada. Não seria para tanto. Os artistas só fizeram levantar o véu da hipocrisia do debate eleitoral. Disseram o que qualquer eleitor de Lula que não seja incauto, lunático ou movido por má-fé já sabia.
Mas os artistas ofuscaram uma outra defesa da reeleição de Lula, esta mais "elevada", feita por Marilena Chaui. Em palestra no Rio na última quinta-feira, a filósofa primeiro se recusou a tratar com a imprensa burguesa. Como de hábito, também não disse palavra sobre o PT, Lula ou o mensalão. Foi a homenagem involuntária que prestou ao tema do ciclo de que participava: "O Esquecimento da Política".
O que fez então Chaui? Mostrou à platéia por que, segundo o filósofo Espinosa, do século 17, a boa política se dá quando a esperança vence o medo. Ou seja: depois de mais de 20 anos debruçada sobre seu pensador predileto e mais de mil páginas dedicadas às "nervuras do real", Chaui termina por colocar Espinosa no colo de Duda Mendonça.Pior: a versão filosofante do slogan publicitário aparece com quatro anos de atraso, como se entre a fantasia vendida em 2002 e hoje não existisse o estelionato político operado pelo lulismo. A esperança, aqui, está a serviço do obscurantismo tarefeiro, não do pensamento.
No livro sobre "O Silêncio dos Intelectuais", que acaba de sair, Francis Wolff escreve que "nunca os intelectuais falaram tanto para dizer por que não dizem nada". É verdade. Chaui precisa ouvir Wagner Tiso e aprender com Paulo Betti.

27 de ago. de 2006

Eles se conhecem muito bem....

Blog do Noblat - 27/08/2006
Roriz sobre Arruda: " Falso, vagabundo, mentiroso"


Pegou fogo a campanha eleitoral em Brasília.

Eri Varela, advogado há mais de 20 anos do ex-governador Joaquim Roriz e candidato a deputado federal pelo PMDB, aproveitou ontem a inauguração do seu comitê de campanha no Setor Comercial Sul para divulgar fita de áudio de1 minuto e 54 segundos gravada por ele mesmo.

O conteúdo da fita é explosivo. Registra uma conversa que Varela teve por telefone com Roriz no meio da semana passada. Os dois baixam o caceta no deputado José Roberto Arruda, candidato do PFL ao governo do Distrito Federal, e até recentemente aliado de Roriz.

Arruda lançou-se candidato depois de tentar, sem sucesso, obter o apoio de Roriz - mas apóia a candidatura dele ao Senado. E faz questão de pedir votos para Roriz em seu programa de propaganda eleitoral no rádio e na televisão. Roriz apóia a reeleição da governadora Maria de Lourdes Abadia (PSDB).

Até a semana passada, Abadia receiava que Roriz a largasse de mão e se juntasse a Arruda, líder disparado nas pesquisas de intenção de voto. Depois da divulgação da fita por Varela, tal hipótese está descartada. Varela não tornaria público seu diálogo com Roriz se Roriz não o autorizasse.

Na manhã de ontem, em comício na cidade-satélite de São Sebastião, Roriz se referiu a Arruda como "bandido" e "traidor". Na fita que Varela mostrou às mais de 500 pessoas que compareceram à inauguração do seu comitê, Roriz chama Arruda de "falso, vagabundo e mentiroso".

Série: Quem te viu, quem te vê...

Folha de São Paulo - 27/08/2006
IMPROBIDADE

Justiça do Rio bloqueia bens de Lindberg
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

A Justiça bloqueou na sexta-feira os bens do prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT) por determinação da 5ª Vara Cível, na Baixada Fluminense, a 35 quilômetros do Rio).Lindberg foi denunciado pelo Ministério Público, acusado de improbidade administrativa ao contratar para publicidade da prefeitura a Supernova Mídia, com a qual tinha dívidas de campanha. No ano passado, a Supernova venceu licitação R$ 598.468.

Segundo o MP, enquanto a empresa era contratada pela Prefeitura de Nova Iguaçu, Lindberg deixava de pagar sua dívida. Para os promotores, seria assumida pelo diretório municipal do PT, que também não a pagou. O procurador-geral de Nova Iguaçu, Rodrigo Mascarenhas, enviou recurso ao TJ-RJ para tentar anular o bloqueio.

Para assinantes da Folha

Farra de cargos na Câmara

Correio Brazilense - 27/08/2006
Filhos, mulheres e fantasmas

Familiares empregados por deputados e até por um ex-parlamentar na Câmara sequer freqüentam o local de trabalho. Despesa anual com essa turma, só em salários-base, ultrapassa os R$ 100 mil
Helayne Boaventura e Fabíola Góis Da equipe do Correio

Há na Câmara um grupo especial de funcionários. Eles foram contratados sem concurso e não pisam na Casa nem para assinar a folha de ponto. São servidores fantasmas. Após denúncia do Correio, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), exonerou na semana passada três servidoras nessa situação. Existem, porém, mais fantasmas na lista de servidores. E com uma característica particular: têm sobrenomes famosos. São parentes dos deputados, indicados para os postos pelos próprios parlamentares. Levantamento do Correio revela que pelo menos 11 deputados e um ex-deputado contrataram servidores para a Câmara de forma, no mínimo, inusitada.Três deles não trabalham na Casa. São fantasmas, que só prestam serviço no papel. Mas seus salários são pagos regularmente. Um custo de R$ 8.079 por mês, ou R$ 105.030 por ano.

Oficialmente, Clarissa Cabral Trinta, filha do deputado Remi Trinta (PL-MA), foi contratada para a diretoria legislativa da Câmara. Os registros mostram que ela foi cedida para a Liderança do PL, partido ao qual o pai está filiado. Clarissa recebe R$ 2.388, o equivalente a um cargo de natureza especial (CNE) 14. Procurada, Clarissa não foi encontrada nem na Diretoria Legislativa nem na Liderança do PL. Isso porque ela trabalha há exatos 2.223 quilômetros de Brasília, em Palmeirândia, uma cidade do Maranhão a 66 quilômetros de São Luís. É dentista e dirige o Hospital Municipal do município. Está na função há cerca de três meses. Todos no hospital a conhecem e sabem que ela é filha do deputado Remi Trinta. Antes disso, ela trabalhou por pelo menos um ano em outra cidade do interior maranhense, São Bento. Ou seja, há quase um ano e meio ela está impedida de trabalhar na Câmara. Mas seu nome consta como servidora da Casa e o salário cai na conta todo mês. Sem explicação Na liderança do PL, informaram inicialmente que Clarissa estava em férias. Mais tarde, a assessoria do partido avisou que ela foi dispensada da função. Flagrados, pelo menos 20 deputados pediram a exoneração de seus apadrinhados na última semana.

Situação semelhante é de Ana Beatriz Cunha e Silva Lins. Filha do deputado Átila Lins (PMDB-AM), é beneficiária de uma remuneração de R$ 3.904 (CNE 11). O Correio procurou por ela na Diretoria-Geral da Câmara, a lotação oficial, e na Primeira Vice-Presidência, para onde ela teria sido cedida. Funcionários dizem que ela não trabalha em nenhum dos locais. O deputado Átila Lins não aceitou falar à reportagem.

Ninguém conhece também Wandecy Gabriel de Brito, filho do ex-deputado Nilson Gibson, nos locais onde ele deveria estar trabalhando. Wandecy recebe salário de R$ 1.952 (CNE 15) da Coordenação de Registro Funcional. Estaria cedido para a Comissão de Educação e Cultura. Nos dois locais, os funcionários nem conhecem o rapaz. Além dos fantasmas, há parentes de deputados em situação flagrantemente irregular. José Nilson Santiago Segundo, primo do líder do PMDB na Câmara, Wilson Santiago (PB), é contratado da Câmara. Recebe salário de R$ 2.388. Mas não pisa em Brasília. Trabalha no gabinete do deputado em João Pessoa. As funcionárias do escritório no estado garantiram que José Nilson trabalha efetivamente. Mas que ele não poderia ser localizado porque “fazia campanha” para o deputado no interior do estado. Procurado, o deputado não retornou a ligação.
Irmão do deputado Carlos William (PMDB-MG), Ary de Souza Júnior até trabalha no gabinete. Mas não cumpre horário. Os colegas não sabem dizer qual é a função dele e quando ele pode ser encontrado no local. O deputado confirma a situação. “Ele trabalha. É assessor em tudo. Ele não tem trabalho específico. Pode fazer a qualquer horário e momento”, argumenta. Ausentes Às vésperas da campanha eleitoral, o Correio conseguiu localizar nos gabinetes apenas dois dos parentes de deputados e de um ex-deputado. As explicações para as ausências foram as mais variadas. Odimércia Araújo Costa Reis Sá, mulher do deputado B.Sá (PSB-PI), não estava no gabinete na quinta e sexta-feiras passadas. Estaria acompanhando uma irmã a uma cirurgia no hospital.
A filha do deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Andressa de Azambuja Alves, é uma funcionária pouco conhecida dos colegas. Ela foi procurada na Liderança do PMDB, onde dados da Câmara apontam como seu local de trabalho. Parte dos funcionários disse não conhecê-la. Outros disseram que ela estava em férias.
Thiago de Carvalho de Freitas, filho do deputado Ricarte de Freitas (PTB-MT), também não foi encontrado no gabinete. Os funcionários informaram que ele estava em recesso na semana passada. Apenas a filha do deputado Osvaldo Reis (PMDB-TO), Denise Souza Reis, e a sobrinha do deputado Homero Barreto (PTB-TO), Isolda Eline Barreto Nunes, foram encontradas no final da semana passada. Denise reconhece que o pai é o responsável por sua contratação. “Ele intercedeu, é um cargo de confiança. Mas trabalho”, argumenta. Já Isolda diz que o tio não teve qualquer participação em sua contratação pela Casa. “Estou na Câmara desde 1995. Não tenho vínculo com ele. Ele foi eleito apenas em 2003 pelo Tocantins. Minha vida sempre foi em Brasília”, justifica.

Farra dos cargos na Cãmara (2)

Correio Brazilense - 27/08/2006

Quem nomeia parente
José Varella/CB - 25/10/05

Átila Lins (PMDB/AM) - Emprega a filha, Ana Beatriz Cunha e Silva Lins, que recebe R$ 3.904,17 mas não aparece para trabalhar nem na diretoria-geral, à qual está vinculada, nem na vice-presidência, onde a Câmara informa que ela deveria dar expediente;
• B. Sá (PSB/PI) - Emprega a mulher, Odimércia Araújo Costa Reis Sá, que recebe R$ 3.904,17 para B. Sá (PSB/PI) trabalhar no gabinete do marido. Na sexta-feira, ela não estava no local. Teria ido ao hospital;
• Gonzaga Patriota (PSB/PE) - Emprega a filha Gandhy Lua de Queiroz Andrade Patriota e a mulher, Rocksana Belmárcia, cada uma com salário de R$ 1.952,12. A filha, que mora em Salvador, foi demitida após revelação de que era funcionária “fantasma”. A mulher trabalha no escritório de Patriota em Pernambuco;
• Remi Trinta (PL/MA) - Emprega a filha Clarissa Cabral Trinta, por R$ 2.388,24. Registrada na diretoria legislativa, deveria dar expediente na liderança do PL, mas ela nem mora em Brasília. É diretora de hospital em Palmeirândia (MA), onde reside. Foi exonerada semana passada;
• Ex-deputado Nilson Gibson - Emprega o filho Gabriel de Brito. Com salário de R$ 1.952,12, está lotado na Coordenação de Registro Funcional, mas cedido à Comissão de Educação e Cultura. Não foi encontrado em nenhum dos dois locais.
• Carlos William (PMDB/MG) - Emprega o irmão Ary de Souza Júnior, cujo salário é R$ 2.388,24. Lotado na diretoria legislativa, consta que deveria trabalhar no gabinete do deputado, mas não cumpre os horários regularmente;
• Wilson Santiago (PMDB/PB) - Nomeou o primo José Nilson Santiago Segundo, com salário de R$ 2.388,24. Trabalha no escritório do deputado na Paraíba;
• Osvaldo Reis (PMDB/TO) - Nomeou a filha Denise Souza Reis. Com salário de R$ 2.388,24, trabalha no gabinete do pai.;
• Zé Lima (PP/AP) - Empregava a filha Dilaene Lima da Silva Antunes. Com salário de R$ 1.952,12, foi exonerada na semana passada. Trabalhava no gabinete do pai no Amapá;
• Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN) - Emprega a filha Andressa de Azambuja Alves por R$ 1.952,12. Registrada na diretoria-geral, deveria dar expediente na liderança do PMDB. Parte dos funcionários da liderança não a conhece. Outros dizem que ela está em férias;
• Homero Barreto (PTB-TO) - Nomeou a sobrinha Isolda Eline Barreto Nunes, que ganha R$ 2.388,24. Lotada na assessoria técnica da diretoria geral, trabalha regularmente na coordenação de Inativos e Pensionistas;
• Ricarte de Freitas (PTB/MT) - Empregou o filho Thiago de Carvalho de Freitas, por R$ 3.329,64, na diretoria legislativa. Cedido para o gabinete do pai, não foi encontrado no trabalha. Um funcionário informou que Thiago está “em recesso”.

Não vote em ladrão, vampiro, sanguessuga, mensalão...

Folha de São Paulo - 27/08/2006
Procuradoria vai denunciar Azeredo por desvio de verba

Dinheiro investido por estatais mineiras em evento em 1998 teria sido usado na campanha de senador ao governo mineiro

• Agência de Marcos Valério teria feito triangulação; empresário e tesoureiro de tucano também vão ser incluídos na denúncia

O Ministério Público Federal vai denunciar à Justiça o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) sob a acusação de crime de peculato. Essa prática ocorre quando o servidor público se apropria de dinheiro ao qual tem acesso em razão do cargo e desvia os recursos em benefício próprio ou de terceiros.
Juntamente com Azeredo serão acusados pelo mesmo crime o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e Cláudio Mourão, que foi tesoureiro da campanha derrotada de reeleição ao governo de Minas de Azeredo em 1998. A pena para o crime pode chegar a 12 anos de prisão.
Como o senador tem direito a foro especial no STF (Supremo Tribunal Federal), a prerrogativa de oferecer a denúncia é do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza.
O centro da acusação está na edição de 1998 do evento esportivo Enduro da Independência, promovido pela agência de publicidade SMPB, da qual Valério era sócio. Estatais mineiras, como a Copasa e a Comig, compraram duas cotas de patrocínio da competição, no valor de R$ 1,5 milhão cada uma delas.

Série: Quem te viu, quem te vê...

UOL - 27/08/2006 - 00h00
Políticos do PT são os que têm o maior avanço patrimonial

FERNANDO RODRIGUES
com variação de 83,7%, petistas são os campeões entre os grandes
• valor médio de pefelistas é o maior: R$ 3,196 milhões


Os políticos vencedores do PT nas eleições de 1998 e de 2002 são os que apresentam, entre as siglas de maior porte, a mais robusta variação patrimonial em quatro anos. Os petistas tiveram um aumento do seu patrimônio médio de 83,7% em quatro anos, um percentual bem acima da inflação do período (27,2%, segundo o IPCA). Esse dado pode ser comprovado com as informações do livro "Políticos do Brasil" (Publifolha, 424 págs.), lançado neste fim de semana. Os dados usados no livro estão abertos para consulta no site www.politicosdobrasil.com.br.
Apesar de os petistas registrarem um avanço patrimonial bem superior ao de políticos do PFL (cuja taxa foi de 49%), PMDB (45,7%) e PSDB (37,6%), é necessário registrar que os integrantes do PT partem de uma base monetária bem menor. O patrimônio médio dos petistas que venceram as duas eleições pesquisadas foi de R$ 102,7 mil em 1998 e de R$ 188,5 mil em 2002.Já os outros políticos de siglas mais tradicionais partem de uma valor bem mais elevado na eleição de 1998. Os vencedores do PFL tinham um patrimônio médio de R$ 2,144 milhões em 1998. Pularam para R$ 3,196 milhões em 2002.Os peemedebistas saíram de R$ 971,7 mil em 1998 para R$ 1,416 milhão em 2002. Os tucanos pularam de R$ 1,063 milhão em 1998 para R$ 1,463 milhão em 2002.

DESILUSÃO POLÍTICA

Folha de São pulo 27/08/2006
18% do eleitorado pretende anular voto para deputado

FERNANDO RODRIGUES da Folha de S.Paulo, em Brasília

O desânimo do brasileiro com a eleição para deputados federais e estaduais pode resultar numa taxa além do normal de votos nulos no pleito de 1º de outubro. Segundo pesquisa do Datafolha, 18% dos eleitores pretendem votar nulo na hora de escolher o legislador federal e 16% dizem que podem anular o voto para deputado estadual. As taxas são altas se comparadas aos apenas 2,9% de votos nulos nas eleições para deputados federais e estaduais em 2002 --o percentual foi idêntico para as duas votações. Se a intenção do eleitor for confirmada nas urnas, a nulidade dos votos deste ano será equivalente a seis vezes à registrada na eleição passada. Mesmo levando em conta os votos brancos para deputado federal em 2002, a soma de votos inválidos (7,6%) não chega à metade da taxa apontada pela pesquisa. A pesquisa Datafolha foi realizada com 6.279 eleitores de 272 municípios de 24 Estados e o Distrito Federal, nos dias 21 e 22 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. A pesquisa resultou de parceria entre a Folha e a Rede Globo.
Não há pesquisas semelhantes de eleições anteriores. Por essa razão, não é possível afirmar se essa intenção de votar nulo para cargos do Legislativo ocorreu em outros pleitos nesta fase da campanha --e se isso se concretizou nas urnas.
Há um dado a ser considerado: a Justiça Eleitoral nunca ensina em suas campanhas didáticas como se faz para votar nulo. Os meios de comunicação também informam de maneira modesta como é essa operação (basta digitar um número que não esteja relacionado a nenhum candidato --como 99--, e apertar a tecla "confirma").
É possível que muitos que queiram votar nulo não saibam como fazê-lo e acabem votando em branco ou em uma legenda. A única propaganda a favor do voto nulo se deu de maneira informal, por meio de correntes na internet. O Brasil tem cerca de 32 milhões de pessoas com acesso à rede, para um eleitorado de 126 milhões. Na campanha pela internet propagou-se uma informação falsa: a de que a eleição seria anulada se mais de 50% dos votos fossem nulos. A legislação não contém essa determinação. Se mais da metade dos votos forem nulos, todos os eleitos tomarão posse da mesma forma.
 
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