Fragmentos: Dentro da noite veloz - Ferreira Gullar

A vida muda como a cor dos frutos lentamente e para sempre. A vida muda como a flor em fruto velozmente.
A vida muda como a água em folhas o sonho em luz elétrica a rosa desembrulha do carbono o pássaro da boca mas quando for tempo.
E é tempo todo o tempo mas não basta um século para fazer a pétala que um só minuto faz ou não mas a vida muda a vida muda o morto em multidão.


20 de out. de 2006

Apareceu a margarida!

Terra Magazine - 20/10/2006
Novos nomes no caso dossiê: Dirceu e Berzoini

É extremo o cuidado no manejo de dois novos nomes surgidos no cruzamento de ligações telefônicas investigadas no rastro do dinheiro usado por integrantes do PT para a compra do dossiê Sanguessugas. Os dois nomes têm ligações de ida e retorno com os envolvidos: os ex-presidentes do partido, José Dirceu e Ricardo Berzoini.

O cuidado é extremo porque os motivos para as ligações telefônicas podem ser muitos em mais de 600 telefonemas cruzados, mas o fato inquestionável é que as ligações foram feitas e estão sendo apuradas as motivações.
Como dezenas de dados cruzados são de contatos feitos em instituições públicas, não se descarta terem sido de natureza corriqueira os telefonemas e, por isso, o cuidado em não divulgar uma informação de maneira leviana.

Entende-se que o caso está politizado e partidarizado ao extremo por conta do afunilamento da eleição presidencial e que, portanto, a conexão precipitada de nomes com fatos ainda não devidamente esclarecidos contribui apenas para a ainda maior partidarização do caso. Mas o fato é que o sétimo nome a se tornar o oficial na lista de investigados pode ser de um dos dois ex-presidentes do PT: José Dirceu e Ricardo Berzoini.
Terra Magazine

Charges Online 2 - Café


Charges Online 1 - Alecrim



Esta charge do Alecrim foi feita originalmente para o Charge Online


Do Blog do Josias de Souza


CPI suspeita que Lorenzetti comprou US$ 150 mil
Roosewelt Pinheiro/ABrA CPI das Sanguessugas investiga uma suposta compra de dólares feita por Jorge Lorenzetti, ex-chefe do birô de inteligência do comitê de campanha de Lula. Ele teria adquirido US$ 150 mil numa casa de câmbio chamada Centaurus, de Florianópolis (SC). A suspeita é de que o dinheiro integre o lote de cédulas que seriam usadas por petistas para comprar, em 15 de setembro, um dossiê contra políticos tucanos.

O deputado Raul Jungmann (PPS-PE), vice-presidente da CPI, diz que a informação chegou à comissão, que agora busca confirmá-la. A Centaurus nega que tenha transacionado dólares com Lorenzetti. Contatado pelo deputado, o delegado Diógenes Curado, que preside o inquérito do dossiêgate, esquivou-se de confirmar se a Polícia Federal também persegue a mesma pista. Limitou-se a dizer que a cidade de Florianópolis é um dos focos da investigação.

A suspeita da CPI nasceu assim:

1) um ex-funcionário graduado do Banco Central, cujo nome Jungmann mantém em sigilo, discou para o deputado para informar sobre dados que supostamente estariam armazenados nos computadores do BC;

2) informou algo que já é sabido: as cédulas de dólar que compunham o R$ 1,7 milhão apreendido pela PF em poder dos “aloprados” Gedimar Passos e Valdebran Padilha vieram dos EUA. Compunham um lote de US$ 15 milhões adquiridos pelo Banco Sofisa, de São Paulo;

3) depois de custodiar os dólares na casa de valores Brinks, o Sofisa revendeu-os a 14 corretoras. Uma delas, chamada Action, teria adquirido US$ 500 mil;

4) a Action, por sua vez, também teria revendido os dólares a outras casas de câmbio. Entre elas a catarinense Centaurus, situada no número 183 da Avenida Osmar Cunha, em Florianópolis;

5) coube à Centaurus, segundo a suspeita divulgada por Jungmann, revender US$ 150 mil a Jorge Lorenzetti, por meio de uma transação a cabo. Nesse tipo de transação, o dinheiro é enviado para uma instituição financeira no exterior e disponibilizado ao comprador no Brasil;

Se for verdadeira, a informação transforma em pó o depoimento que Lorenzetti prestou à Polícia Federal. O ex-analista de risco da campanha reeleitoral, que respondia diretamente a Ricardo Berzoini, presidente licenciado do PT, disse à polícia que nada sabia a respeito do dinheiro apreendido no Hotel Íbis, em São Paulo. Disse ter ficado “chocado” ao tomar conhecimento do fato, pelo noticiário.

É preciso deixar claro que os dados divulgados por Raul Jungmann estão pendentes de confirmação. A casa de câmbio Centaurus nega que tenha vendido dólares a Lorenzetti. Em contato com o blog, Aldo de Campos Costa, advogado de Lorenzetti, disse que "as ilações do deputado são absolutamente infundadas". Depois de contatar o seu cliente, Campos Costa disse que Lorenzetti reitera o depoimento que prestara à PF. Ou seja, não sabe de onde veio e não tem nada a ver com o dinheiro do dossiê.

Para o advogado de Lorenzetti, declarações de políticos sobre o dossiêgate devem ser vistas "com reservas", uma vez que são "pessoas interessadas em influir no andamento do processo eleitoral". Resta aguardar que a Polícia Federal diga se as suspeitas divulgadas por Jungmann são ou não procedentes.

Link para o Blog do Josias de Souza

Freudduto

CorreioWeb - 20/10/2006
CPI encontra dinheiro de Duda na conta de Freud Godoy

Um mês depois de ser acusado de participar da compra do dossiê contra o PSDB, o ex-assessor particular da Presidência da República Freud Godoy volta a assombrar o divã do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um relatório encaminhado por integrantes da CPI dos Sanguessugas à Polícia Federal mostra que duas empresas do marqueteiro de Lula, Duda Mendonça — a CEP Comunicação Ltda. e a Duda Associados — fizeram no período de janeiro de 2004 a março de 2005 quatro depósitos no valor total de R$ 29.347,00 na conta da Caso Sistemas de Segurança, empresa registrada na em nome de Simone Messeguer, mulher de Freud.
Segundo fontes do Banco Central e da Receita Federal, as operações são suspeitas porque toda a grana dos depósitos foi sacada na boca do caixa. As transações colocam o presidente no foco da crise iniciada dia 15 de setembro com a prisão de militantes envolvidos com a compra do dossiê contra tucanos. Até de ser demitido do cargo, Freud era responsável pela resolução dos problemas particulares de Lula, da primeira-dama Marisa Letícia e até dos filhos do casal. Integrantes da CPI dos Sanguessugas acreditam que a quebra do sigilo de Freud e das empresas poderá esclarecer se o dinheiro de Duda foi ou não usado para pagar despesas de familiares do presidente.
Se ficar configurado um duto ligando a conta bancária de Duda a de Freud e desta a gastos particulares da família presidencial, um novo e grande escândalo terá nascido por causa da história do dossiê. Isso porque a CPI dos Correios mapeou contas do publicitário em paraísos fiscais. Elas foram abastecidas com dinheiro frio. Um dos dados guardados no arquivo daquela comissão é um saque de US$ 5.329 na conta da Dusseldorf Ltde, empresa off-shore pertencente a Duda, sediada nas Bahamas, paraíso fiscal caribenho.

Freud e o Dossiê

O Globo - 20/20/2006
Petista confirmou que Freud mandou comprar o dossiê
- O petista Gedimar Passos reafirmou à Polícia Federal no dia 18 de setembro, três dias após ser preso com parte do R$ 1,7 milhão que seria usado para comprar o dossiê contra tucanos, que foi Freud Godoy, ex-assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quem lhe dera a missão de entregar o dinheiro ao chefe da máfia dos sanguessugas.
Ao ser acareado com Freud na PF, Gedimar inicialmente manteve a versão que apresentara no dia da prisão. Só depois que Freud negou envolvimento no escândalo, Gedimar pediu para manter-se em silêncio no restante da acareação.
Semana passada Gedimar voltou atrás e alegou ter sido pressionado por um delegado da PF a acusar Freud. A Justiça autorizou ontem a quebra do sigilo bancário de Freud. A PF suspeita que "uma pessoa conhecida", além dos sete petistas já identificados, possa ter participado da compra do dossiê.

Charge do Dia - Glauco


Folha de São Paulo - 20/10/2006

18 de out. de 2006

PT, bichos & cia



Dinheiro para dossiê veio do PT, indica relatório
Documento está entre as 500 páginas do inquérito sobre o dossiê Vedoin que foram enviadas pela polícia à CPI dos Sanguessugas
Sônia Filgueiras e Expedito Filho


BRASÍLIA - Entre as 500 páginas do inquérito sobre o dossiê Vedoin que foram obtidas pela CPI dos Sanguessugas, um documento chamou a atenção dos parlamentares. Em relatório sobre o caso que investiga, o delegado Diógenes Curado Filho afirma que tudo indica que o dinheiro apreendido com Gedimar Passos e Valdebran Padilha veio do Partido dos Trabalhadores.
Dessa forma, o delegado expõe a sua conclusão pessoal a respeito da origem do dinheiro que pagaria as acusações de envolvimento de candidatos tucanos com a máfia dos sanguessugas. Num documento assinado.

Evidências

A avaliação do delegado está amparada em uma série de evidências:
- o dinheiro, reais e dólares no valor total de R$ 1,75 milhão, estava em uma mala preta entregue por Hamilton Lacerda, coordenador-geral da campanha de Aloizio Mercadante ao governo paulista;
- quase todos os envolvidos na operação irregular são integrantes do comitê pela reeleição do presidente Lula, sendo que alguns chefiavam núcleos;
- o dossiê visava a prejudicar adversários do PT, como o ex-ministro José Serra e o ex-governador Geraldo Alckmin, que apareciam em fotos apreendidas.

Dinheiro ilícito

O presidente da CPI, Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), que teve acesso aos documentos em Cuiabá e os levou a Brasília, foi o primeiro a reconhecer que se tratava de dinheiro ilícito, já que não aparece registrado em operações bancárias regulares. Biscaia visitou a PF e a Justiça Federal em Cuiabá, na segunda-feira, quando disse não ter dúvidas de que a origem do dinheiro era ilegal.
No caso dos US$ 248 mil apreendidos, a própria PF trabalha com a hipótese de que a quantia tenha sido levantada no mercado paralelo. Entre os reais arrecadados, há suspeita de que parte tenha sido amealhada por petistas junto à contravenção.
Dessa forma, a única conclusão construída a partir das investigações é de que o dinheiro é do PT.
Biscaia ainda considerou, após analisar o conteúdo dos documentos, afirmou que no dossiê não há nada que incrimine o ex-ministro da Saúde e governador eleito de São Paulo, José Serra.
Jogo do bicho

Daniel Lorenz, delegado-chefe da PF em Mato Grosso, confirmou que o jogo do bicho pode ter sido a fonte de parte do dinheiro. Otimista, ele informou que equipes federais realizam "ações intensas" fora de Mato Grosso. Contudo, não revelou em qual Estado a apuração se concentra.
Lorenz disse que houve um avanço no rastreamento da origem do dinheiro. "Houve basicamente a comprovação de uma tese", afirmou. Questionado se a tese à qual se referia aponta para a contravenção, foi categórico: "Não só isso, mas de várias teses. Estamos trabalhando com ações de inteligência."
O chefe da PF disse que "fontes humanas" estão contribuindo com a investigação. O delegado destacou que informantes "dão indicações bastante precisas".

Tiroteio Verbal


"Se o Lula for reeleito, o governo acaba antes de começar. "

Tarso Genro diz que Alckmin mostrou hoje seu "lado Pinochet"

Para Marta, pesquisa mostra "esfarelamento" da candidatura Alckmin

Tucano rebate Marta e diz que Alckmin vai ganhar na semana "decisiva"

Xuxu Amarelo

Terra Notícias - 16/10/1006
Para Mendonça, Alckmin "se acovardou" em privatizações


Responsável pelas maiores privatizações do País, o economista e ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros disse nesta quarta-feira que o candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB) se acovardou diante da propaganda da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de que um novo governo tucano retomaria a venda de estatais, como Banco do Brasil e Petrobras. Na linguagem ácida que costuma usar, Mendonça de Barros não poupou Alckmin nem a campanha do presidente-candidato Lula e afirmou que a estratégia do PT de vincular tucano a um projeto privatista teve ressonância no eleitorado.
"Cola, principalmente porque o Alckmin não soube lidar com isso", afirmou o economista, reclamando que o candidato deveria estar mais preparado para defender as privatizações feitas no governo Fernando Henrique Cardoso.
"Como o Alckmin não tem coragem de falar isso, de defender isso, prevalece o mal-estar. Por isso é que tem que contar a história verdadeira", afirmou Mendonça de Barros, para quem a venda da Petrobras continua um tema em aberto.
Em entrevista ao jornal O Globo, publicada nesta quarta-feira, o candidato tucano chegou a afirmar que a desestatização foi "necessária" e "importante". Mas, para Mendonça de Barros, já é tarde.
"Acho que agora a coisa ficou confusa. Alckmin perdeu o momento dele, foi um erro, e agora não sei se recupera", disse.

Faltam os chefes da quadrilha!


Presos 12 acusados de golpe milionário no ICS

A Polícia Federal prendeu ontem 12 pessoas acusadas de dar golpe milionário nos cofres do Instituto Candango de Solidariedade. Entre elas estão o atual presidente do ICS, Lázaro Severo Rocha (E), e o antecessor, Ronan Batista de Souza (D), além de parentes, sócios e advogados dos dois. Um dos suspeitos de participar da fraude está foragido. Investigação feita por uma força-tarefa integrada pela PF, Receita e Ministério Público Federal descobriu que, nos últimos três anos, R$ 25,8 milhões repassados ao instituto pelo GDF e o Ministério da Saúde foram parar na conta de pessoas e empresas ligadas a Lázaro e Ronan. Os envolvidos no esquema vão responder por formação de quadrilha, desvio e lavagem de dinheiro.

Link para a reportagem completa: CorreioWeb

16 de out. de 2006

Burros e burrices

Lula diz que Berzoini caiu por não explicar quem fez a "burrice" do dossiê

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pelo PT, afirmou nesta segunda-feira que Ricardo Berzoini foi afastado da coordenação de sua campanha justamente por não ter dado uma explicação para a tentativa de compra de um dossiê contra políticos tucanos por integrantes do partido.
"Chamei o presidente do partido e perguntei: 'eu quero saber quem fez essa burrice?' Porque foi de uma sandice inominável. Ele me disse que não sabia. Eu falei: 'Ricardo, você que é o presidente do partido tem obrigação de apresentar para a sociedade brasileira a resposta, Ricardo'. Ele não deu [a resposta]. Na quarta-feira, eu o afastei da coordenação da campanha", disse Lula em entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura, que vai ao ar na noite desta segunda-feira.
Segundo Lula, a ordem dada por ele às instituições é para não deixar "pedra sobre pedra" na investigação sobre o episódio. "A ordem dada à Polícia Federal é que não deixe pedra sobre pedra. Pode demorar um dia, um mês, um ano, mas que nós vamos descobrir nós vamos", afirmou Lula.
Lula voltou a afirmar que quer saber quem é o "arquiteto desse plano" e que ele foi o único prejudicado com a tentativa de compra do dossiê.Questionado sobre as medidas que tomou, Lula disse que fez o que estava a seu alcance, uma vez que o caso "saiu do âmbito do poder Executivo"."Graças a Deus, o método rápido das pessoas contarem as coisas acabou [no Brasil]", disse Lula, em referência ao período de ditadura militar.

Do ex-Blog do César Maia


FREUD EM APUROS: O PLANALTO TREME!
Correio Brazilense

O Correio revelou a existência de uma empresa — a Caso Comércio e Serviços Ltda — cujo 95% do capital está nas mãos do segurança. Até então, só era conhecida a Caso Serviços de Segurança, registrada em nome da mulher de Freud, Simone Messenger. As duas firmas atuam complementando-se, uma (a de Simone) cuida da parte operacional, a outra (a de Freud), da financeira e empresarial.
Mais que isso, também em reportagem do Correio, veio á tona a informação de que o Coaf encontrou uma operação atípica vinculada ao CPF 136.070.188-55. O contribuinte registrado com esse número realizou um depósito em dinheiro vivo de R$ 150 mil na conta da Caso Serviços de Segurança, no dia 24 de março passado. O dono do documento é Freud e a operação causa estranheza porque na época em que ocorreu ele tinha como única fonte de renda declarada o cargo de assessor especial da Presidência, com proventos de R$ 6.650,00.

Traição aos trabalhadores à vista!

Blog do Josias de Souza 16/10/2006
Lula tem agenda secreta de cortes e reformas azedas

Favorito na corrida presidencial, Lula mantém em segredo um lote de providências e planos que seus ministros e auxiliares consideram incontornáveis num eventual segundo mandato. São temas que, por impopulares, não freqüentam os palanques e a propaganda eletrônica do candidato. A agenda secreta de Lula inclui cortes nos gastos públicos e o envio ao Congresso de propostas de reforma da Previdência e da legislação trabalhista.
O blog conversou com dois ministros de Lula a respeito dos temas que vêm sendo escamoteados na campanha eleitoral. Falaram sob a condição do anonimato. Disseram que, internamente, as providências vêm sendo consideradas há meses. Os cortes no orçamento público são vistos como inevitáveis no próximo ano.

As mudanças na Previdência e nas leis que regem as relações entre empregadores e empregados compõem o que o governo chama de “novo ciclo de reformas”. Reformas que, a depender da vontade de Lula, serão negociadas num amplo entendimento com os partidos de oposição.

Um dos ministros informou que os cortes de gastos são necessários inclusive para compensar novas despesas que foram criadas neste ano eleitoral. Só no primeiro semestre, informou o auxiliar do presidente, as despesas do governo cresceram 14%. Acima da arrecadação de tributos, que aumentou 11%.

A defasagem entre os dois percentuais fez cair de 4,18% do PIB para 3,87% o superávit primário, a economia que o governo é obrigado a fazer para pagar a dívida pública. “Os cortes são inevitáveis para que a gente possa aumentar os investimentos em infra-estrutura sem comprometer o equilíbrio fiscal”, disse o auxiliar de Lula. “São necessários também para que se possa manter o pagamento de benefícios sociais como o Bolsa Família, dos quais o presidente não abre mão.”

Quanto às reformas, o seu formato final ainda não foi fechado. Há detalhes sobre os quais ainda não há consenso. Alguns deles, se explicitados publicamente, decerto afugentariam eleitores. Na discussão previdenciária, por exemplo, desde a hipótese de fixação de uma idade mínima para a aposentadoria dos trabalhadores da iniciativa privada e até a reformulação do sistema de benefícios do setor público.

Pelas regras atuais, só se exige idade mínima para a concessão de aposentadorias dos servidores públicos: 60 anos para os homens e 55 anos para as mulheres. Do trabalhador do setor privado, exige-se apenas um tempo mínimo de contribuição: 35 anos para os homens e 30 anos para as mulheres.

A reforma trabalhista inclui aspectos ainda mais controversos. Um dos ministros que conversaram com o blog disse que há concordância no governo em relação à tese de que é necessário diminuir a informalidade no emprego.

A divergência surge no instante em que o debate avança para a forma de estimular o incremento dos contratos com carteira assinada. Parte da equipe econômica de Lula acha que basta “desonerar” a folha de salários, eliminando taxas e contribuições exigidas do empregador. Outra parte da equipe defende a “flexibilização” de direitos trabalhistas. Mesmo falando em reserva, o ministro esquivou-se de dizer que tipo de benefício os advogados da tesoura avaliam que poderia ser cortado.

Charge do Dia II - Glauco

Charge do Dia - Glauco

15 de out. de 2006

Do Blog do Josias de Souza

‘Aloprados’ do dossiêgate podem ficar impunes

A Polícia Federal e o Ministério Público reconhecem sob reserva que todos os petistas envolvidos no dossiêgate podem sair ilesos do episódio se a investigação não conseguir comprovar a origem ilegal do dinheiro que seria usado na operação. Não há no código penal nenhum artigo que tipifique como ilegal a compra de documentos. Tampouco há lei prevendo punição para pessoas pilhadas com R$ 1,7 milhão de provedor desconhecido.

Mesmo para enquadrar os envolvidos no Código Eleitoral, seria necessário demonstrar que o dinheiro saiu de alguma arca clandestina do PT ou do caixa de candidatos do partido. Algo que a Polícia Federal está longe de provar. O elo mais próximo do dinheiro com o PT é um lote de fitas de vídeo. As imagens mostram o petista Hamilton Lacerda, ex-coordenador da campanha de Aloizio Mercadante, entrando no Hotel Íbis, onde o dinheiro foi apreendido, com valises que, supõe a PF, estavam recheadas de reais e dólares.

Hamilton, porém, negou em depoimento que houvesse levado os recursos para Gedimar Passos, o ex-agente da PF que prestava serviços ao PT na noite de 15 de setembro, quando foi flagrado com os maços. Cabe à polícia provar que o assessor de Mercadante está mentindo. O que só será possível se o rastreamento das transações financerias ou das ligações telefônicas revelar as digitais de Hamilton em algum saque ou em contatos com doleiros e casas de câmbio.

Os investigadores estão convencidos de que o deputado Ricardo Berzoini, presidente licenciado do PT, conhece todos os meandros do dossiêgate, inclusive a origem do dinheiro. Numa primeira análise dos dados telefônicos, verificou-se que protagonistas do caso discaram para Berzoini no período em que a compra do dossiê antitucanos foi negociada. Berzoini será inquirido na terça-feira. Mas o conteúdo de seu depoimento já é conhecido.
 
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