Fragmentos: Dentro da noite veloz - Ferreira Gullar

A vida muda como a cor dos frutos lentamente e para sempre. A vida muda como a flor em fruto velozmente.
A vida muda como a água em folhas o sonho em luz elétrica a rosa desembrulha do carbono o pássaro da boca mas quando for tempo.
E é tempo todo o tempo mas não basta um século para fazer a pétala que um só minuto faz ou não mas a vida muda a vida muda o morto em multidão.


31 de jul. de 2008

O PT e a FARC

Que é isso companheiro?

Uol Notícias

Farc estão infiltradas na alta esfera do Brasil, segundo revista colombiana

A presença das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) no Brasil "chegou até as mais altas esferas" do Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao PT, aos líderes políticos brasileiros e ao Poder Judiciário, publicou hoje a revista colombiana "Cambio". A conclusão foi tirada de supostos e-mails encontrados no computador do ex-porta-voz internacional das Farc "Raúl Reyes", afirma a última edição da revista, que entrou em circulação hoje.

Segundo a publicação colombiana, as Farc mantiveram contato com José Dirceu, que era ministro da Casa Civil; Roberto Amaral, ex-ministro de Ciência e Tecnologia; Erika Kokay, deputada; Gilberto Carvalho, chefe de Gabinete; Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores; Marco Auréio Garcia, assessor de Assuntos Internacionais; Perly Cipriano, representante da Secretaria Especial dos Direitos Humanos; Paulo Vanucci, ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos e Selvino Heck, assessor presidencial
Leia a reportagem da revista colombiana Cambio (em espanhol)

O Governo colombiano, no entanto, "usou seletivamente os arquivos do computador de 'Raúl Reyes'".A publicação acrescenta que com "Equador e Venezuela, (os arquivos) foram usados para colocar em contradição (o presidente venezuelano Hugo) Chávez e (o presidente equatoriano Rafael) Correa, hostis a (o chefe de Estado colombiano Álvaro) Uribe".Com o Brasil, "a articulação foi feita embaixo da mesa para não comprometer Lula, que se mostrou mais hábil e menos combativo com a Colômbia", destacou a revista "Cambio".

Nos e-mails de "Reyes" - cujo nome verdadeiro era Luis Edgar Devia e que foi morto por tropas colombianas em solo equatoriano em primeiro de março - são mencionados "cinco ministros, um procurador-geral, um assessor especial da Presidência, um vice-ministro, cinco deputados, um vereador e um juiz superior" brasileiros, acrescentou a revista. Algumas mensagens foram escritas durante o processo de paz da Colômbia entre 1998 e 2002 em San Vicente del Caguán, durante o Governo do então presidente colombiano Andrés Pastrana, "e envolvem um prestigioso juiz e um alto ex-oficial das Forças Armadas brasileiras".

A mesma reportagem diz que "a expansão das Farc na América Latina não incluiu apenas funcionários dos Governos de Venezuela e Equador, mas também comprometeu importantes dirigentes, políticos e altos membros do PT"
. A "Cambio" cita o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, o ex-ministro de Ciência e Tecnologia Roberto Amaral, a deputada distrital Erika Kokay e o chefe de Gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Também são mencionados nesses e-mails o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, o assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, o subsecretário de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Perly Cipriano, o secretário de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, e o assessor presidencial Selvino Heck.

Comentário POP: Como registro, comparem com a reportagem da Veja de 16 de março de 2005.





Charge - Luscar


O que será, que será, que andam murmurando...


Xerife demitido
Rachid está fora da Secretaria da Receita


No cargo desde o primeiro dia do governo Lula, secretário sucumbe à política e é exonerado em meio a uma licitação milionária e rumorosa

O secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, foi demitido do cargo. Será substituído nos próximos dias. O assunto ainda é tratado com extremo sigilo no Ministério da Fazenda. Mas ele já foi avisado e até a sucessora está escolhida. Será Lina Vieira, funcionária de carreira da própria Receita, ex-secretária de Tributação do Rio Grande do Norte nas gestões da governadora socialista Wilma Faria. Rachid estava à frente da Receita desde o primeiro dia do governo Lula, para o qual foi indicado pelo antecessor, Everardo Maciel, de quem foi secretário-adjunto em boa parte da administração de Fernando Henrique Cardoso. É considerado um técnico apartidário. E, embora existam outras variáveis, essa característica acabou sendo decisiva para a queda dele.


O cargo vinha sendo cobiçado pelo petista Nelson Machado, secretário-executivo do Ministério da Fazenda. Ele é o patrono da indicação de Lina Vieira. Entre os auditores fiscais federais, corre nos bastidores a apreensão de que esteja se iniciando o aparelhamento político do órgão, superpoderoso desde que passou a cuidar também do recolhimento dos benefícios previdenciários — ou seja, desde que se tornou a Super Receita, em maio de 2007.

Afastada da Receita Federal havia dez anos, Lina Vieira voltou para a antiga casa, em maio do ano passado, para a Superintendência da 4ª Região Fiscal, no Recife. Além da recente passagem pela Secretaria de Tributação do Rio Grande do Norte, ela já foi delegada da Receita Federal em Natal durante o governo Itamar Franco. No início do governo Fernando Henrique, Lina perdeu o cargo e, na época, dizia-se que ela era tecnicamente fraca, apesar de contar com poderosas conexões políticas. Ela é mãe do humorista Mussão, que faz enorme sucesso com um programa de rádio transmitido para todo o país e muito popular no Nordeste.

Licitação

Rachid deixa o posto num momento em que a Receita está no meio de uma licitação conturbada, de R$ 255 milhões, para a compra de 33 máquinas de raios-x para rastrear contêineres que passam pelos portos brasileiros. Trata-se da maior licitação para a compra desse tipo de equipamento em andamento no mundo. Os maquinários são uma exigência dos Estados Unidos. A partir de 2009, nenhuma mercadoria exportada para lá entrará no país se não tiver passado por esses rastreadores. O primeiro edital foi mudado por determinação da Comissão de Licitação, que encontrou vícios na proposta de compra. Os técnicos que analisaram o documento alegaram que o edital estaria direcionado para a empresa Ebco Systems, a única no país a atender os requisitos fixados pela Receita, como o de ter experiência comprovada no país. No segundo edital, foi permitida a experiência internacional, ampliando a competição. Mas a Receita deu um prazo de 49 dias para que os potenciais concorrentes apresentassem todos os documentos exigidos. Somente um deles, a análise da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), leva, no mínimo, 60 dias para ser expedida. Anteontem, a Justiça concedeu três liminares suspendendo a operação.


Minha Mãemãe!

Folha de São Paulo

Polícia Federal indicia filho de governadora e mais 12 no RN

A Polícia Federal indiciou ontem o advogado Lauro Maia, 42, filho da governadora do Rio Grande do Norte, Wilma de Faria (PSB), e outros 12 suspeitos de integrarem uma suposta quadrilha envolvida em fraudes em licitações, desvio de verbas públicas e corrupção.
Os 13 foram presos em 13 de junho, durante a Operação Hígia, quando a PF cumpriu 39 mandados de busca e apreensão no Rio Grande do Norte e na Paraíba. Até 9 de junho, Lauro Maia era assessor parlamentar do deputado Rogério Marinho (PSB).
Também foram indiciados o então secretário-adjunto de Esportes do Rio Grande do Norte e amigo da governadora, João Henrique Lins Bahia Neto, Rosa Maria Câmara, ex-procuradora do Estado, e outros seis servidores estaduais suspeitos de corrupção e tráfico de influência em contratações. O caso corre sob sigilo na Justiça.Secretário de Comunicação do Estado, Rubens Lemos, disse que os suspeitos já foram exonerados e que terão chance de defesa na Justiça. Segundo Lemos, Wilma estava em viagem e não poderia comentar o caso. Erick Pereira, advogado de Lauro Maia, não foi localizado.

"Eh você aí, me dá um dinheiro aí"

Blog do Cláudio Humberto



HH condenada por omitir receitas


Transitou em julgado, no Supremo Tribunal Federal, a sentença que condenou a ex-senadora Heloisa Helena por “omissão de rendimentos” nos tempos em que foi deputada estadual. Ela não declarou ao imposto de renda o que embolsou, a título de complementação salarial, como verba de gabinete ou ajuda de custo. Condenada no Superior Tribunal de Justiça, recorreu ao Supremo Tribunal Federal, que ignorou o recurso.

Dívida milionária
A ação da Procuradoria da Fazenda Nacional contra Heloisa Helena foi iniciada em 1998. Sua dívida, hoje, é estimada em quase R$ 1 milhão.

30 de jul. de 2008

Charge - Renato


Organização do crime

RUY CASTRO
Excedente de caixa

Há pouco tempo, alguém mais esperto dentro do crime organizado olhou em volta e descobriu que, se quisesse de fato fazer jus ao nome, o crime deveria tomar providências e deixar de ser um bando de pés-de-chinelo que só se sustentava pela omissão e incompetência do poder público.

Uma constatação foi a de que, mesmo com os pesados investimentos em armas e manutenção, o crime tem sempre excedente de caixa, por não precisar gastar dinheiro com itens que flagelam outros setores. Por exemplo, a frase de Benjamin Franklin (1706-1790), de que só há duas coisas inevitáveis: morte e impostos. No crime, só a morte é inevitável.Pelo mesmo motivo, o gasto do crime com encargos sociais é zero: seus funcionários não têm carteira assinada, nem descontam para o instituto, porque a maioria morre antes da aposentadoria.

O crime também não tem despesas de escritório, tipo clipes, selos e papel timbrado, nem com aluguel, porque suas instalações no morro são, digamos, cedidas pela população. E gatilhos (nos dois sentidos) lhe garantem água, luz e gás. Resta o suborno a policiais, advogados, juízes, políticos e testemunhas. Isso, sim, é uma hemorragia. Ninguém sabe ao certo a dinheirama que vai nessas operações. E apenas porque, para contar com tais serviços especializados, o crime depende de terceiros. Daí que, pensou o sujeito, o crime deveria se organizar para produzir seus próprios quadros.

Uma reserva de jovens seria poupada do trabalho sujo, como a venda nas bocas-de-fumo, a campana nas encostas ou os confrontos com a polícia. Em vez disso, eles iriam estudar, formar-se em direito, galgar cargos no Judiciário, ingressar nos partidos, disputar eleições. Enfim, infiltrar-se no Sistema.Absurdo? Pois não olhe agora, mas acho que isso já começou.




Pesca de cargos públicos

O Estado de São Paulo


Secretaria da Pesca vira ministério e ganha 200 cargos
Orçamento da pasta também dobra, atingindo R$ 500 milhões anuais

A Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca foi transformada ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em ministério. O primeiro impacto da mudança será na quantidade de funcionários efetivos e cargos de confiança. De imediato, os 200 funcionários da secretaria passarão a ser, no ministério, por concurso, 400 servidores.Mas vem aí um trem de cargos com funções gratificadas. É que o presidente deixou claro que o novo ministério "pode ter superintendências em cada Estado" - esses cargos são sempre indicações políticas atreladas à base aliada do governo. O Orçamento anual também vai dobrar: dos atuais R$ 250 milhões para R$ 500 milhões.
O Executivo federal e os outros Poderes da União criaram mais de 56 mil cargos para servidores públicos em 2008, segundo mostrou um levantamento recente feito pelo deputado tucano Arnaldo Madeira (SP), que rastreou as leis aprovadas neste ano pelo Congresso, autorizando a abertura de 48,4 mil vagas efetivas e de 7,9 mil funções sem concurso.Após assinar a criação do novo Ministério da Pesca, que vai gerir o Plano Nacional de Desenvolvimento da Pesca e Aqüicultura, Lula disse que a Embrapa, por ter feito "uma revolução na agricultura, nos últimos 30 anos", também vai ser a "instituição de pesquisa para a pesca no País".

Os frangos fantasmas do Jucá

O Estado de São Paulo


Jucá é denunciado por crime financeiro
Procurador o acusa de obter de forma fraudulenta empréstimo bancário para empresa da qual foi sócio

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, por crime contra o sistema financeiro. Na denúncia, que tramita desde dezembro passado em segredo de Justiça, o procurador acusa Jucá de obter de forma fraudulenta, em 1996, empréstimo de R$ 3,152 milhões do Banco da Amazônia (Basa) para a empresa Frangonorte, da qual foi sócio.Conforme a denúncia, Jucá teria usado imóveis inexistentes como garantia e desviado parte do dinheiro para cobrir despesas não previstas no contrato.
A Frangonorte acabou falindo e o Ministério Público alega que o negócio trouxe danos aos cofres públicos. Com as irregularidades, Jucá teria infringido os artigos 19 e 20 da Lei 7.492, de 1986. A pena para cada uma das irregularidades varia de 2 a 6 anos de prisão e pagamento de multaJucá nega a acusação e seus advogados pediram ao STF o arquivamento do processo. "É denúncia requentada sobre fatos exaustivamente esclarecidos", disse o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakai. Ele afirmou que o senador nada tem que ver com os fatos atribuídos a ele pelo Ministério Público.
Segundo o advogado, a primeira parcela do financiamento, de R$ 750 mil em valores da época, "foi integralmente aplicada no abatedouro". Explicou também que, quando da liberação das parcelas seguintes, Jucá não estava mais na sociedade. A responsabilidade pelo suposto uso irregular de imóveis como garantia do negócio, conforme a defesa, seria portanto do ex-sócio no empreendimento, o ex-governador de Roraima Getúlio Cruz.A defesa estuda também pedir prescrição do caso, já que a ação completou 12 anos desde que foi movida, em 1996, ainda na Justiça de primeira instância. Os crimes prescrevem quando o tempo decorrido desde seu cometimento ultrapassa o dobro da pena.
Mas há um detalhe desfavorável a Jucá: como o crime teria sido praticado contra banco oficial, a pena pode ser aumentada em um terço.As supostas irregularidades levaram Jucá a pedir demissão do Ministério da Previdência em 2005, após quatro meses no cargo. Na época, o ex-procurador-geral da República Cláudio Fonteles, que pediu a abertura de inquérito, alegou que vistorias feitas à época mostraram que as unidades da Frangonorte para onde foi destinado o dinheiro do financiamento estavam prestes a fechar as portas.Conforme os fiscais atestaram, não havia "um único frango" na Frangonorte. "O abatedouro está parado, idem incubadora, câmaras, escritório, tudo desativado até esta data", descreveram os fiscais em 1996

29 de jul. de 2008

Lista Suja tem mais um

UOL
AMB inclui nome de Gilberto Kassab na "lista suja"

O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Gilberto Kassab (DEM), foi incluído nesta terça-feira (29) na apelidada "lista suja" da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), que contém os candidatos com ações em andamento na Justiça. Kassab responde por improbidade administrativa.

Reportagem do UOL revelou na sexta-feira (25) que o processo a que responde Kassab continua em andamento no Tribunal de Justiça de São Paulo, embora não tenha sido incluído na lista divulgada na última terça (22). Na capital paulista, a relação continha apenas os adversários na disputa Marta Suplicy (PT) e Paulo Maluf (PP).

No site da campanha, candidato cita adversários incluídos na "lista suja"

A campanha de Kassab afirma que a inclusão do nome do prefeito na lista da AMB "é injusta e confunde a opinião pública". Em nota oficial, a assessoria diz que ele foi absolvido em segundo grau de jurisdição e o recurso movido pelo Ministério Público não tem efeito suspensivo. "A inclusão, portanto, é incorreta e indevida, pois já há pronunciamento de mérito da Justiça absolvendo o prefeito.
"No último sábado (26), Kassab disse que estava tranqüilo e afirmou não acreditar que seu nome fosse incluído. O candidato será entrevistado pelo UOL nesta quarta (saiba mais).O site de Kassab, que defendeu a divulgação da lista após o anúncio de que Maluf e Marta estavam nela, até esta terça-feira possuía como manchete os recortes de todas as chamadas publicadas na imprensa sobre a presença dos nomes dos adversários na "lista suja" da capital, inclusive a do UOL da última semana. O TRE-SP determinou a retirada dos links que remetiam às notícias originais por indícios de uma "propaganda negativa ou depreciativa".

Ditadura Militar

Agência Carta Maior

Audiência debate responsabilização de crimes cometidos na ditadura
Evento promovido pelo Ministério da Justiça debaterá potencialidades e dificuldades do estabelecimento de responsabilidades, no plano cível e criminal, aos agentes que praticaram condutas atentatórias aos direitos humanos entre os anos de 1964 e 1985 no Brasil, quando estava em vigência a ditadura militar

O Ministério da Justiça promove, dia 31 de julho, a audiência pública “Limites e Possibilidades para a Responsabilização Jurídica dos Agentes Violadores de Direitos Humanos durante Estado de Exceção no Brasil”. O evento ocorre a partir das 8h30 no Salão Negro do órgão, em Brasília.
O objetivo é analisar as potencialidades e dificuldades do estabelecimento de responsabilidades, no plano cível e criminal, aos agentes que praticaram condutas atentatórias aos direitos humanos entre os anos de 1964 e 1985 no Brasil, quando estava em vigência a ditadura militar. Estarão presentes os ministros da Justiça, Tarso Genro, e da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vanucchi, além dos presidentes da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, Paulo Abrão, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Brito, e da Comissão Especial da Anistia da Câmara dos Deputados, Daniel Almeida, entre outros.
O evento é voltado a autoridades públicas, organizações da sociedade civil, militantes de direitos humanos, anistiados e anistiandos políticos, acadêmicos e pesquisadores de diversas áreas e demais interessados. O MJ considera que os três pilares de um processo de transição democrática são a verdade, a memória e a reparação. Sendo o processo brasileiro de reparação às vítimas significativamente avançado, o governo federal passa a buscar, junto à sociedade, os caminhos para que a verdade possa ser revelada e a memória social constituída. O MJ entende que é papel dos poderes do Estado dar encaminhamento à responsabilização pelas violações aos direitos humanos cometidas nos períodos de exceção, dentro de suas estritas atribuições legais.

Até tu, Greenhalgh! II

O Estado de São Paulo
Relatório diz que Greenhalgh fez lobby no BNDES para banqueiro

No relatório final do inquérito sobre o Opportunity Fund, a Polícia Federal dedica capítulo inteiro a Luiz Eduardo Greenhalgh, "vulgo Gomes ou LEG, ex-deputado federal pelo PT e pessoa muito próxima ao secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff". A PF pede inquérito exclusivamente sobre os movimentos de Greenhalgh e o acusa de fazer lobby no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) "para satisfação dos interesses mútuos e pessoais".
Segundo o relatório, o ex-deputado integra "instância especial" da organização sob comando do banqueiro Daniel Dantas. "Também é advogado e possui escritório, mas os serviços prestados passam longe da assessoria jurídica."A PF assinala que Greenhalgh "em verdade, no contexto geral, seria o homem de ligação entre pessoas do Poder Executivo Federal, empresas estatais (BNDES) e o D. Dantas". No trecho intitulado Criação da Supertele-BrOi, no qual aborda as ações do ex-deputado, a PF o associa a Guilherme Henrique Sodré Martins, o Guiga, sócio da GLT Comunicações Ltd., e ao executivo Humberto José Rocha Braz, o Guga, ex-diretor corporativo da Brasil Telecom e preso por envolvimento na tentativa de suborno do delegado Victor Hugo Rodrigues Alves.
O relatório da PF: "A conduta dos três (Guga, Guiga e Gomes) soa como figuras lendárias dos três mosqueteiros desempenhando atividades a serviço do Rei, qual seja, identificamos naquele festejado grito de guerra 'um por todos e todos por Daniel Dantas', com a finalidade de desviar recursos via BNDES, com a colaboração de integrantes do poder público a ser investigado em outro momento, num trabalho desempenhado quase perfeito com estratégias e relações que ultrapassam os limites da ética, da moralidade e da legalidade."
O relatório aponta atuação do grupo nos bastidores do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e a ele imputa "contatos importantes e participação em acordos espúrios, em especial a criação da Supertele". "Constantemente são demandados por Daniel Dantas para 'resolver' alguma pendência, usando da influência que aparentam ter, e ?prestam contas? a seu patrão, dizendo que conversaram com x ou y (normalmente autoridades, políticos)", diz a peça. "Às vezes, até agradecem estas autoridades pelo auxílio. Até um julgamento do STJ, de uma ação de interesse do grupo, teve seu resultado adiantado pelo telefone."Greenhalgh afirmou, pela assessoria, que "nunca foi ao BNDES". Ele teve acesso aos autos da Satiagraha e "pôde constatar que o conteúdo dos diálogos gravados não corresponde à interpretação dos analistas da PF".

Charge - Glauco


O golpe da Mamona

Folha de São Paulo
Governo enterra de vez biodiesel feito só com mamona
Para a ANP, combustível é muito viscoso e pode danificar os motores; oleaginosa foi carro-chefe no programa do biodiesel

Mas Minas e Energia diz que processo de fabricação consegue trazer ao óleo de mamona a viscosidade exigida pela norma da ANP


Desde março não é mais tecnicamente possível produzir biodiesel usando apenas óleo de mamona. A oleaginosa, ex-vedete do programa, não reúne as condições técnicas definidas pela ANP (Agência Nacional do Petróleo) para composição do biocombustível. Em 20 de março, o "Diário Oficial" da União publicou a resolução nº 7 da ANP. No documento, foram estabelecidos vários critérios físicos e químicos para o biodiesel. Pelos parâmetros, o biodiesel produzido apenas com mamona é muito viscoso e, por isso, não pode ser usado diretamente nos motores, pois poderia danificá-los.


A mamona sempre foi o carro-chefe do governo na propaganda do programa do biodiesel. Em vários discursos, o presidente Lula se referiu ao plantio da oleaginosa como uma alternativa para agricultores pobres do Nordeste. "É com a mesma motivação que estamos lançando o Programa do Biodiesel, que vai utilizar a mamona e a palma para produção de combustível, criando mais uma alternativa para pequenos agricultores do semi-árido nordestino", disse o presidente, em cerimônia realizada em Maceió (AL), em novembro de 2004.


Para a ANP, a mamona é a única oleaginosa que não se enquadra nos parâmetros técnicos do biocombustível. Com todas as demais -soja, pinhão manso, algodão etc.-, é possível produzir biodiesel sem precisar de mistura. Com a edição da resolução da ANP, para usar óleo de mamona na produção do biodiesel, é preciso misturá-lo com o óleo de algum outro vegetal ou outro material gorduroso.Os números oficiais de produção, contabilizados pela ANP, indicam que a mamona, que já tinha uma participação pequena, desapareceu da lista de insumos do biodiesel justamente em março.


Em fevereiro, a mamona ainda respondia por 0,17% da produção de biodiesel, contra 68,41% da soja. Em março, a mamona já tinha desaparecido do mapa de produção. O dado mais atual, de maio, indica que a soja ampliou sua participação para 77,35% entre os insumos usados para a produção de biodiesel. Os números confirmam que o programa é, na verdade, um filão a ser explorado pelos produtores de soja.


Comentário POP: O Governo Federal incentivou os pequenos agricultores nordestinos a plantar mamona sem que esse estudo técnico fosse realizado? E agora José? Como ficam esses agricultores?

Programa Casa Própria da Governadora do RS

Folha de São Paulo
Tribunal investiga Yeda por compra suspeita de imóvel
Defesa diz que não houve subavaliação da casa


Meses antes de vender, por R$ 750 mil, uma casa à governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), o engenheiro Eduardo Laranja da Fonseca recebeu a proposta de R$ 1 milhão pelo mesmo imóvel. O negócio é alvo de suspeitas da oposição e está sob análise do Ministério Público do TCE (Tribunal de Contas do Estado).


Ontem, Yeda não quis comentar o assunto.A casa onde vive a governadora tem quatro pavimentos, 467 m2 de área construída num terreno de 645 m2 na Vila Jardim, bairro nobre de Porto Alegre. Na época, os R$ 750 mil pagos pelo imóvel superavam a declaração de bens feita pela governadora (R$ 674 mil). Na certidão da transação, Yeda comprometia-se a pagar R$ 550 mil à vista e R$ 200 mil quando o dono do imóvel liquidasse dívidas que deram origem a duas ações de execução.


A suspeita de subavaliação do imóvel foi levantada nos pedidos de investigação feitos pelo PSOL e pelo PT ao TCE. Avaliado em R$ 900 mil pela prefeitura, o imóvel chegou a ser anunciado por R$ 1,2 milhão.Um documento assinado pelo empresário José Luís Borsatto e sua mulher, Maria Fernanda Prado Borsatto, em 7 de agosto de 2006 corrobora o indício. Nele, o casal se comprometia a pagar R$ 1 milhão pela casa. O PSOL enviou cópia do documento -sem a assinatura de Laranja- ao TCE. O casal prometeu R$ 400 mil em dinheiro e uma casa de R$ 600 mil. Maria Fernanda confirmou a negociação, mas não disse por que não se concretizou. Laranja não foi localizado."Esta proposta unilateral de compra é um nada jurídico, pois não tem a assinatura do vendedor, que deveria querer dinheiro e não outro imóvel", afirma Paulo Olímpio Gomes de Souza, advogado de Yeda.


Para ele, a suspeita de subavaliação não se sustenta porque, semanas antes de ser vendido, ele foi anunciado a R$ 850 mil. Na defesa prévia apresentada ao TCE, Souza afirma que a governadora conseguiu levantar R$ 592 mil com a venda de dois apartamentos e de um carro para pagar a entrada da casa, mas não disse de onde viria o restante do dinheiro.

Boi voador do Minc

Blog do Josias de Souza

Pirotecnia do ‘boi pirata’ vira um passivo judicial
Ibama tenta vender 3.046 cabeças há dois meses e meio
Três leilões organizados pela Conab resultaram em fiasco
Tentou-se reduzir o preço em 60%, mas a Justiça proibiu

O Ibama vive, desde a primeira quinzena de junho, um pesadelo. Não consegue se livrar de um problema criado pelo estilo pirotécnico do ministro Carlos Minc (Meio Ambiente). Recém-desembarcado em Brasília, o substituto de Marina Silva anunciara, na início de junho, uma ação espetacular.

O governo passaria a apreender os bois criados em propriedades ilegais na Amazônia. Minc batizou a iniciativa de “Operação boi pirata”. Dias depois, o Ibama apreenderia, em Altamira (PA), um rebanho de 3.046 cabeças. Pastavam ilegalmente numa reserva ecológica chamada Terra do Meio. Coisa fina: 1.455 vacas, 192 touros, 909 novilhos, 486 bezerros e quatro bois (um par de carreiros e outro de murrucos). Nomeou-se um funcionário do Ibama como fiel depositário dos animais.

“Em tese, é o mais novo milionário, com 3.000 cabeças de gado”, ria-se o delegado federal Jorge Eduardo, que participara da apreensão. Anunciou-se a intenção de leiloar o rebanho. O dinheiro seria revertido para o Fome Zero (sim, o programa ainda existe!). Um mês. Dois meses e meio. E nada. Súbito, a piada perdeu a graça. Nesta segunda (28), depois de duas tentativas frustradas, o governo promoveu, por meio da Cia. Nacional de Alimentos, o terceiro leilão. Novo fiasco.


28 de jul. de 2008

Charge - Sinfrônio

Queda na Balança Comercial

Folha Online
Contas externas têm o pior resultado da história no semestre

As transações do país com o exterior nas áreas de comércio e serviços apresentaram o pior resultado da série histórica do Banco Central, iniciada em 1947, devido à queda no superávit da balança comercial e ao aumento das remessas de lucros e dividendos das multinacionais.

Segundo dados do Balanço de Pagamentos, indicador que mede a vulnerabilidade externa do país, divulgados hoje pelo BC, as transações correntes registraram déficit de US$ 2,596 bilhões no mês passado. Para julho, a previsão é fechar o mês com déficit de US$ 2,8 bilhões.
No acumulado do ano, o resultado é negativo de US$ 17,4 bilhões, o pior déficit da história em termos nominais. No mesmo período de 2007, o resultado era positivo em US$ 2,4 bilhões.
O BC prevê terminar o ano em US$ 21 bilhões. Será o pior resultado desde 2001, caso a previsão se confirme.

Jogo do Grampinho

Blog do Ancelmo

Corre o território livre da internet um joguinho para espezinhar o deputado ACM Neto (DEM), candidato a prefeito de Salvador. É baseado num clássico dos fliperamas, o Space Invaders.

Quer brincar?
Não seja por isso.

Brasil - Paraíso dos crimes de colarinho branco


Do Blog do Noblat

Colarinho branco de R$ 160 bilhões
Valor é quanto Brasil perde, por ano, com corrupção e fraudes, diz estudo da KPMG

As empresas e o governo brasileiros estão entre os mais expostos no mundo a crimes de colarinho branco, revela levantamento feito pela KPMG. De acordo com estimativas da consultoria, o país perde anualmente cerca de R$ 160 bilhões — ou 6% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) — com corrupção e fraude, puxados principalmente pelos crimes de colarinho branco, como lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. As operações suspeitas, detectadas por bancos e remitidas ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), têm aumentado com força no Brasil. Neste ano, são esperados pelo Coaf 300 mil registros de movimentações atípicas no sistema financeiro. O número é 112,77% maior em relação ao do ano passado, quando foram verificadas 141 mil operações com indícios de irregularidade.

Os bloqueios feitos pela Justiça Federal em contas bancárias neste ano mostram a força da corrupção no maior país da América Latina.

Segundo dados do Coaf, cerca de R$ 17 milhões foram bloqueados pelo Poder Judiciário entre janeiro e junho deste ano. É o mesmo valor apreendido em todo o ano passado. Em 2008, a PF já deflagrou 117 operações, entre elas a Satiagraha, cujo alvo é o banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity, e a Toque de Midas, cujo alvo é a MMX, do empresário Eike Batista. Leia mais em O Globo
 
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