Fragmentos: Dentro da noite veloz - Ferreira Gullar

A vida muda como a cor dos frutos lentamente e para sempre. A vida muda como a flor em fruto velozmente.
A vida muda como a água em folhas o sonho em luz elétrica a rosa desembrulha do carbono o pássaro da boca mas quando for tempo.
E é tempo todo o tempo mas não basta um século para fazer a pétala que um só minuto faz ou não mas a vida muda a vida muda o morto em multidão.


29 de jul. de 2008

Boi voador do Minc

Blog do Josias de Souza

Pirotecnia do ‘boi pirata’ vira um passivo judicial
Ibama tenta vender 3.046 cabeças há dois meses e meio
Três leilões organizados pela Conab resultaram em fiasco
Tentou-se reduzir o preço em 60%, mas a Justiça proibiu

O Ibama vive, desde a primeira quinzena de junho, um pesadelo. Não consegue se livrar de um problema criado pelo estilo pirotécnico do ministro Carlos Minc (Meio Ambiente). Recém-desembarcado em Brasília, o substituto de Marina Silva anunciara, na início de junho, uma ação espetacular.

O governo passaria a apreender os bois criados em propriedades ilegais na Amazônia. Minc batizou a iniciativa de “Operação boi pirata”. Dias depois, o Ibama apreenderia, em Altamira (PA), um rebanho de 3.046 cabeças. Pastavam ilegalmente numa reserva ecológica chamada Terra do Meio. Coisa fina: 1.455 vacas, 192 touros, 909 novilhos, 486 bezerros e quatro bois (um par de carreiros e outro de murrucos). Nomeou-se um funcionário do Ibama como fiel depositário dos animais.

“Em tese, é o mais novo milionário, com 3.000 cabeças de gado”, ria-se o delegado federal Jorge Eduardo, que participara da apreensão. Anunciou-se a intenção de leiloar o rebanho. O dinheiro seria revertido para o Fome Zero (sim, o programa ainda existe!). Um mês. Dois meses e meio. E nada. Súbito, a piada perdeu a graça. Nesta segunda (28), depois de duas tentativas frustradas, o governo promoveu, por meio da Cia. Nacional de Alimentos, o terceiro leilão. Novo fiasco.


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