Fragmentos: Dentro da noite veloz - Ferreira Gullar

A vida muda como a cor dos frutos lentamente e para sempre. A vida muda como a flor em fruto velozmente.
A vida muda como a água em folhas o sonho em luz elétrica a rosa desembrulha do carbono o pássaro da boca mas quando for tempo.
E é tempo todo o tempo mas não basta um século para fazer a pétala que um só minuto faz ou não mas a vida muda a vida muda o morto em multidão.


13 de set. de 2006

Público Privado

Correio Braziliense 13/09/2006
Caso das cartilhas assusta o Planalto

Governo teme que oposição peça ao TSE a impugnação da candidatura petista com base em auditoria do TCU

Gustavo KriegerDa equipe do Correio

O Palácio do Planalto acompanha com muita preocupação o caso das cartilhas impressas pelo governo e entregues a diretórios do PT para distribuição. Oficialmente o governo procura demonstrar tranqüilidade, mas a portas fechadas o quadro é outro. O Planalto teme que a oposição use o caso para pedir à Justiça Eleitoral a impugnação da candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição, sob acusação de uso da máquina administrativa. O caso será julgado pela Tribunal Superior Eleitoral (TSE), uma corte na qual Lula já colecionou derrotas e sob a presidência do ministro Marco Aurélio Mello, considerado “imprevisível” pelo governo.
Lula e seus principais assessores consideram a eleição virtualmente ganha e acreditam que ela pode mesmo ser decidida no primeiro turno. O otimismo eleitoral acendeu a paranóia com a possibilidade de que a oposição, vencida nas urnas, tente outros caminhos para afastar o presidente do cargo.
O caso das cartilhas serviria a este objetivo. É uma denúncia nova, envolve a mistura de dinheiro público com campanha eleitoral e chega à Secretaria de Comunicação (Secom), um órgão diretamente ligado à Presidência da República. Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) mostrou que a Secom não tinha comprovantes da aplicação de R$ 11 milhões, que deveriam ter sido gastos na impressão de cartilhas e folhetos de propaganda do governo. Também não havia provas da impressão ou distribuição de 2 milhões de exemplares da cartilha, cuja tiragem declarada foi de 5 milhões. Para se justificar, a Secom disse que as revistas foram entregues a diretórios do PT. O argumento foi que eles distribuiriam o material sem custos para o governo.

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