Serra e Costa na mesma crise
Jorge Hage diz que a situação dos ex-ministros é idêntica e que o tratamento deve ser igual para os dois. “É uma questão de mostrar a verdade”, destaca
Sandro Lima - Da equipe do Correio
O ministro da Controladoria Geral da União, Jorge Hage, afirmou ontem, após participar de solenidade no Palácio do Planalto, que a investigação sobre a suposta participação do ex-ministro Humberto Costa (PT) no esquema das ambulâncias deve ser tratada da mesma maneira que a do ex-ministro José Serra (PSDB). “A situação do ex-ministro Serra é a mesma situação do Humberto Costa. O que não vejo como razoável é que no caso de Humberto Costa, com o mesmo nível de indício, alguns saltem para a conclusão de que está consumado o envolvimento, e que no caso de ministro do governo passado o tratamento seja diferente. O tratamento tem que ser o mesmo. Indícios são indícios”, afirmou Hage.
Reportagem publicada pelo Correio na última quinta-feira mostra que o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde Barjas Negri — que substituiu Serra quando ele deixou o cargo para disputar a Presidência —, teria determinado em dezembro de 2001 ao Fundo Nacional de Saúde “empenho e elaboração do convênio” para uma emenda no valor de R$ 88 mil que beneficiava o município de Nossa Senhora do Livramento (MT). Essa ambulância foi fornecida por duas empresas de fachada da Planam, de Darci Vedoin e Luiz Antônio Vedoin, acusados de liderar o esquema sanguessuga.
“As acusações sobre o governo anterior não estão somente apoiadas no depoimento dos Vedoin. Existem documentos e depoimentos de parlamentares que fazem acusações ao então secretário-executivo (Barjas Negri) e ao ministro (José Serra)”, afirmou Hage. Para o ministro da CGU, “a credibilidade dada aos Vedoin sobre as acusações ao ex-ministro José Serra tem que ser a mesma a que se atribui a ele quando acusa o governo atual”. Ele ressaltou, porém, que não se pode esquecer de tratar com reserva as acusações de “quem é réu e está sob delação premiada”.
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