Fragmentos: Dentro da noite veloz - Ferreira Gullar

A vida muda como a cor dos frutos lentamente e para sempre. A vida muda como a flor em fruto velozmente.
A vida muda como a água em folhas o sonho em luz elétrica a rosa desembrulha do carbono o pássaro da boca mas quando for tempo.
E é tempo todo o tempo mas não basta um século para fazer a pétala que um só minuto faz ou não mas a vida muda a vida muda o morto em multidão.


25 de out. de 2006

Doláres voadores

Correio Brazilense 25/10/2006
O vôo dos R$ 1,7 milhão


PF investiga se petistas transportaram o dinheiro para compra do dossiê em um avião de Nova Iguaçu a São Paulo

A Polícia Federal investiga a utilização de aviões de pequeno porte no escândalo do dossiê. Um deles teria sido alugado para transportar o dinheiro arrecadado por petistas na Baixada Fluminense para a compra do dossiê contra tucanos do Rio de Janeiro para São Paulo. A aeronave teria partido de uma pista de decolagem em Nova Iguaçu, endereço da Vicatur Câmbio e Turismo Ltda., e pousado no Aeroporto Campo de Marte, em São Paulo. A PF suspeita que veio da Vicatur a maior parte dos US$ 248,8 mil que seriam usados na negociação.
Os responsáveis pelo inquérito também apuram uma informação de que o empreiteiro Abel Pereira, amigo e ex-assessor do tucano Barjas Negri, sucessor de José Serra no Ministério da Saúde, estaria providenciando o aluguel de um avião também em Campo de Marte para levar a Cuiabá o dinheiro que seria usado para “comprar” o silêncio de Luiz Antônio Vedoin. O sócio da Planam negociava com os petistas as informações que comprometeriam os tucanos com a máfia dos sanguessugas. No caso do avião que teria atendido os petistas, a PF tenta confirmar há pelo menos uma semana detalhes sobre a realização do vôo. Ela persegue uma denúncia de que a aeronave de pequeno porte fez a viagem, com três pessoas à bordo, três dias antes da apreensão dos R$ 1,75 milhão em poder de Valdebran Padilha e Gedimar Passos.
Um dos policiais envolvidos na investigação disse ontem ao Correio, em Cuiabá, que eles investigam três possíveis passageiros: o próprio Gedimar, o empresário Fernando Ribas, dono da Vicatur, e Hamilton Lacerda, apontado como o “homem da mala”. A suspeita de que um avião de pequeno porte foi alugado para transferir do Rio para São Paulo parte do dinheiro que seria usado na transação do dossiê ganhou força por causa das revelações dos últimos dias. Primeiro, a polícia levantou indícios de que R$ 5 mil dos R$ 1,1 milhão que estavam com Valdebran e Gedimar passaram por bancas do jogo do bicho em Caxias e Campo Grande, ambos na Baixada Fluminense. No último fim de semana, surgiu a informação de que uma parte significativa dos dólares teriam sido adquiridos na Vicatur, uma casa de câmbio com sede em Nova Iguaçu.

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