Em onze de cada dez discursos que pronuncia, Lula diz que “a elite desse país” destila preconceito contra ele. Atribui à aversão por sua "origem humilde" a tentativa da “direita” política, associada ao que denomina “mídia conservadora”, de caracterizar a sua gestão como um mar de escândalos.
O presidente-candidato erra na causa. Impossível ignorar as ondas de malfeitorias que banham a soleira da porta de seu gabinete. Mas Lula acerta no efeito. São inegáveis os traços de intolerância de parte da sociedade contra a figura do ex-operário.
Um dia depois de o TSE ter proibido a distribuição de adesivos que faziam alusão a uma deficiência física do presidente –a mão de quatro dedos, reflexo de um mindinho decepado numa presa dos tempos de metalúrgico—, um novo adesivo preconceituoso passou a circular pelas principais capitais do país.
A peça faz referência aos supostos hábitos etílicos do presidente. Lula jamais negou que tenha apreço pela cachaça. Sabatinado pela Folha na semana passada, disse, porém, que ninguém jamais o viu embriagado. O que é um fato. Ao menos nos seus quase quatro anos de mandato.
Os adversários de Lula têm munição de sobra para estabelecer com ele o contraditório indispensável a uma campanha eleitoral. Ao apelar para golpes abaixo da linha da cintura, apenas fornecem munição ao adversário. Que não se queixem, pois, quando ouvirem Lula acusá-los de preconceituosos.
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