Senado em marcha lenta
Renan facilita a vida de acusados, que terão mais tempo para responder à denúncia de ligação com a máfia das ambulâncias. Suassuna é o mais complicado
Leonel Rocha - Da equipe do Correio
Uma manobra regimental do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vai atrasar em pelo menos um mês a abertura do processo contra os três senadores acusados pela CPI dos Sanguessugas de participação na máfia das ambulâncias. O adiamento foi uma opção de Renan que se utilizou de uma firula jurídica e permitiu que Ney Suassuna (PMDB-PB), Magno Malta (PL-ES) e Serys Shessarenko (PT-MT) tenham mais 30 dias de prazo para se explicar e apresentar testemunhas de defesa. O começo do processo dos senadores só acontecerá, na melhor das hipóteses, depois das eleições. Em vez de enviar ao Conselho de Ética uma “representação” contra os três parlamentares, com base no relatório da CPI, Renan preferiu fazer uma “denúncia”. A diferença entre as duas figuras do Regimento Interno do Senado é que a denúncia necessita ser investigada para decidir se é ou não procedente. Se tivesse optado pela representação, Renan já teria sinalizado que estava admitindo como consistente o trabalho da CPI dos Sanguessugas. Com a denúncia, os três acusados terão direito a serem ouvidos pelo Conselho de Ética, assim como apresentar cinco testemunhas cada um. Podem até renunciar para escapar do julgamento.

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