Fragmentos: Dentro da noite veloz - Ferreira Gullar

A vida muda como a cor dos frutos lentamente e para sempre. A vida muda como a flor em fruto velozmente.
A vida muda como a água em folhas o sonho em luz elétrica a rosa desembrulha do carbono o pássaro da boca mas quando for tempo.
E é tempo todo o tempo mas não basta um século para fazer a pétala que um só minuto faz ou não mas a vida muda a vida muda o morto em multidão.


20 de set. de 2006

Clóvis Rossi: Quadrilha é pouco!

Folha de São Paulo - 20/09/2006
CLÓVIS ROSSI

Quadrilha é pouco

É o delegado de Ribeirão Preto que pede a prisão de Antonio Palocci, acusando-o, entre outras coisas, de "formação de quadrilha" por conta do episódio chamado "máfia do lixo". Quem é Antonio Palocci? Primeiro, foi coordenador de campanha de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, no lugar de Celso Daniel, prefeito assassinado de Santo André, em crime que, segundo Luiz Inácio Lula da Silva, envolvia "gente graúda". Depois, Lula e seu partido deixaram morrer mansamente o caso, sem que ele ficasse de fato esclarecido. Depois, Palocci foi o homem forte do governo Lula, responsável pela política econômica, posição que usou para violar o sigilo bancário de um caseiro que fazia acusações contra ele e sua turma.
É também o Ministério Público que pede a prisão de Freud Godoy, recém-demitido do cargo de assessor especial do presidente Lula, pela suspeita de negociar a compra de um dossiê contra candidatos adversários, manobra que o presidente considerou "abominável". É a revista "Época" que informa que Osvaldo Bargas também ofereceu um dossiê contra adversários do PT. Quem é Osvaldo Bargas? Foi alto funcionário do Ministério do Trabalho no governo Lula e, atenção, assessor direto de Ricardo Berzoini, presidente do PT. Quem é mesmo Berzoini? Além de ter sido, como ministro da Previdência, torturador de velhinhos aposentados no processo de recadastramento, é o coordenador da campanha de Lula, como Palocci o foi em 2002. Ah, tem também Jorge Lorenzetti, misto de churrasqueiro de Lula e funcionário de um banco federal, que seria o verdadeiro responsável pela "abominação" (negociar a compra do dossiê). O procurador-geral da República foi contido ao falar em "quadrilha", na denúncia contra toda a cúpula do lulo-petismo.

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