Fragmentos: Dentro da noite veloz - Ferreira Gullar

A vida muda como a cor dos frutos lentamente e para sempre. A vida muda como a flor em fruto velozmente.
A vida muda como a água em folhas o sonho em luz elétrica a rosa desembrulha do carbono o pássaro da boca mas quando for tempo.
E é tempo todo o tempo mas não basta um século para fazer a pétala que um só minuto faz ou não mas a vida muda a vida muda o morto em multidão.


22 de set. de 2006

Pop Internacional IV

UOL Últimas Notícias - 22/09/2006
Escândalo do dossiê 'enlameia Lula', diz Libération

Após praticamente ignorar por vários dias o novo escândalo político brasileiro, os principais jornais europeus e americanos deram destaque nesta sexta-feira ao caso da suposta compra de um dossiê contra o ex-prefeito José Serra (PSDB) por pessoas ligadas ao Partido dos Trabalhadores, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“O Brasil já fala em um Watergate versão local”, diz reportagem do diário francês Libération. “Um novo escândalo enlameia o presidente Lula, candidato à reeleição e até agora dado como vencedor certo no primeiro turno.”O jornal observa que o inquérito aberto para apurar o caso somente deve ser concluído no ano que vem, mas “poderia levar à cassação do mandato de Lula se ele for reeleito”.
Na Espanha, o diário El País diz que o escândalo já foi batizado por alguns de “Watergate tropical” e destaca a tentativa de Lula de desvincular-se da crise, com declarações à TV alegando que a trama não faz sentido porque não lhe ajudaria “nem um milímetro”. O jornal observa que Lula “parece contar com uma couraça que o protege contra qualquer escândalo de corrupção” e que, após três anos em que enfrentou várias acusações e a queda de vários de seus ministros mais importantes, “a figura de Luiz Inácio Lula da Silva segue incólume”.
Em reportagem que ocupa quase meia página, o britânico Financial Times observa que “os assistentes pessoais do presidente brasileiro e o presidente de seu partido são implicados, mas ele se distancia com sucesso”.“Se a oposição acha que as últimas revelações vão virar a eleição, eles estão provavelmente subestimando as habilidades dos eleitores de considerar quase todos os delitos na política como algo que não foge muito à normalidade”, diz a reportagem.
O também britânico The Guardian, por sua vez, observa que “a oposição a Lula tem sido incapaz de transformar a crise generalizada sobre corrupção em votos”. “Os analistas minimizaram o possível impacto na campanha de Lula, argumentando que a opinião pública ficou saturada com alegações de corrupção.”O Times avalia que Lula sofreu um golpe em sua busca pela reeleição, que “parecia antes uma mera formalidade”.Na Alemanha, o Frankfurter Rundschau diz que “mais uma vez, pessoas próximas ao presidente estão no centro de um escândalo”. “A questão é se Lula também conseguirá superar esta crise intacto”, avalia a reportagem.
Para o espanhol ABC, o caso, que levou à troca do coordenador de campanha de Lula, “põe em sério risco sua reeleição”. O jornal destaca a declaração do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), adversário de Lula na disputa, comparando o presidente a um ladrão de carros que diz que não precisava daquilo e somente roubou porque pensava que sairia incólume.
O diário americano The New York Times também dá destaque ao caso, dizendo que “justo quando Lula pensava que já havia passado pelo pior dos escândalos que atormentaram seu governo nos últimos 18 meses, um novo e especialmente danoso escândalo apareceu”. A reportagem observa, porém, que “apesar de os analistas políticos dizerem que o escândalo mais recente pode ser danoso o suficiente para forçar um segundo turno, o resultado final não deve ser afetado”. O também americano The Washington Post traz em sua edição desta sexta-feira um artigo de opinião criticando a condução da política econômica do governo Lula, mas que ignora totalmente o novo escândalo.
A autora do artigo, Marcela Sanchez, observa que os analistas consideram necessário que o Brasil cresça a uma taxa muito maior do que os 3% esperados para este ano se quiser combater a pobreza e reduzir a desigualdade social, como prometeu Lula em sua campanha.“Se o crescimento não mostrar melhores dividendos logo, Lula terá dificuldades para manter seu apoio. E as coisas podem ficar difíceis também para a nova esquerda da América Latina, que está acompanhando de perto as tentativas do presidente brasileiro de triunfar sobre o antigo”, conclui o artigo.

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Um comentário:

Anônimo disse...

É uma pena que apenas os jornais internacionais divulguem o que realmente está acontecendo, o escândalo que mais uma vez o governo petista está causando ao país. Por que aqui não acontece o mesmo? Lula mais uma vez tenta se safar, dizendo que não sabe de nada. Ele deveria, isso sim, admitir que não sabe governar. O pior são as denúncias infundadas contra Serra. Um político que governa, que administrou muito bem a Prefeitura de São Paulo, criando programas e projetos eficientes, como as AMAs, o Mães Paulistanas, o recapeamento de ruas e avenidas, as escolas de alvenarias em substituição às vergonhosas escolas de lata de Marta Suplicy... Isso para dizer apenas alguns deles. Como também no Ministério da Saúde, com os medicamentos genéricos. Que Serra venha com força total para administrar o Estado de São Paulo.

 
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