
Um cargo só para o amigo
Olhe com atenção para qualquer foto de Lula em campanha presidencial. Pode ser em 1989, 1994, 1998 ou 2002. São grandes as chances de que Freud Godoy apareça em um canto da imagem, com o olhar vigilante e expressão concentrada. Desde a primeira vez que Lula disputou o Palácio do Planalto, Freud tornou-se uma espécie de anjo da guarda de Lula. Mais que isso, virou amigo pessoal do presidente, companheiro de viagens, conversas e do futebol do fim de semana. Quando Lula chegou ao poder, premiou o amigo. Mandou criar especialmente para ele o cargo de assessor especial do gabinete pessoal da presidência, com o nível de DAS 5, o segundo maior salário pago no governo federal.
Em 29 de dezembro de 2002, já presidente eleito, Lula foi flagrado caminhando com o amigo Freud. O assessor tinha sala no terceiro andar do Palácio do Planalto, próxima ao gabinete do presidente Lula. Também costumava ficar no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente, e o acompanhava nas viagens a São Paulo nos finais de semana. Oficialmente, era designado para cuidar da segurança da primeira-dama, Marisa Letícia.
Na prática, era um assistente pessoal e interlocutor de Lula. Além do salário, de R$ 4,8 mil, recebia auxílio moradia de R$ 1,8 mil e diárias sempre que viajava a trabalho. Entre ajudas de custo e diárias, recebeu R$ 79 mil desde que foi nomeado. A proximidade com o presidente e sua família, e também com integrantes do PT, lhe rendeu um contrato para prestação de serviços de segurança para a campanha de Lula à reeleição. A empresa de segurança de Godoy está no nome da mulher.
Nenhum comentário:
Postar um comentário