
Planalto sente o baque
O clima no palácio é de preocupação.
Lula passou o dia calado e levou a crise junto com ele para Nova York
Gustavo Krieger e Sandro LimaDa equipe do Correio
Nos últimos meses, a cada vez que a crise política apertou, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparou-se a Getúlio Vargas. Gosta de apresentar o ex-presidente como um exemplo de político que teria sido perseguido pelas elites. Ontem, a pelo menos dois interlocutores, fez outra incômoda analogia. “Estão querendo me arrumar um Gregório Fortunato”, reclamou, em referência ao envolvimento de seu ex-segurança e assessor especial Freud Godoy na tentativa de compra de um dossiê contra tucanos. Gregório chefiava a guarda pessoal de Vargas em 1954 e foi o mandante de uma tentativa de assassinato contra Carlos Lacerda, adversário político do presidente. Lacerda levou um tiro no pé e um de seus acompanhantes foi morto. A crise terminou com o suicídio de Getúlio. O clima no Palácio do Planalto ontem era de extrema preocupação. A coordenação da campanha à reeleição iniciou uma série de pesquisas de campanha para medir o tamanho do estrago do caso nos índices de Lula. Mas a maior preocupação é com a possibilidade das investigações do caso levarem a crise ainda mais perto do presidente. Além de Freud Godoy, outro envolvido no caso era freqüentador do Palácio da Alvorada. O petista Jorge Lorenzetti, que coordenava um núcleo de inteligência na campanha (leia abaixo) foi o “churrasqueiro” em vários almoços promovidos por Lula na residência oficial.
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